Marcha Mundial das Mulheres Em marcha até que todas sejamos livres!
No último dia 8 de agosto, uma onda verde tomou o mundo. Mulheres de mais de 70 países se reuniram em consulados, embaixadas, avenidas e praças públicas, com bandeiras, batuques e pañuelos (lenços) verdes – símbolo da campanha argentina pela legalização do aborto – pelo marco da votação do projeto de lei do aborto legal, seguro e gratuito no Senado argentino. O sentimento foi de intensa solidariedade à luta das companheiras argentinas, que vêm mobilizando milhares de mulheres na reivindicação do aborto legal, seguro e gratuito.
Ontem, na Argentina, elas eram mais de dois milhões em vigília nas ruas, apesar do frio e da chuva, para acompanhar, juntas, a votação. Apesar da rejeição do projeto de lei no Senado, por 38 a 31 votos, a luta feminista segue fortalecida e crescente, inspirada por tamanha mobilização popular: de tão grande, não deixou de ser vitoriosa! A derrota também reflete a necessidade de retirar o poder dos grupos conservadores, moralistas, machistas e de direita, responsáveis pelo posicionamento contrário – tanto na Argentina quanto no Brasil.
Em São Paulo, capital, o movimento de mulheres organizou um ato-pañuelazo em frente ao Consulado Geral da Argentina. Estavam presentes cerca de 500 pessoas do movimento feminista e de imigrantes.
Em Minas Gerais, as mobilizações aconteceram em Belo Horizonte, com um ato público na Praça 7 de Setembro, com 500 mulheres, e também no município de Juiz de Fora, com um ato unificado dos movimentos feministas.
No Rio Grande do Sul, a capital Porto Alegre e a cidade de Santana do Livramento, que faz divisa com o Uruguai, também tiveram manifestações, cartazes, stencil e pintura de pañuelos. Também os estados do Rio de Janeiro e Santa Catarina organizaram atos.
O tom de solidariedade feminista também trazia consigo a urgência em organizar grandes mobilizações para legalizar o aborto no Brasil. Nas línguas portuguesa e espanhola, se cantava, ao mesmo tempo: alerta, alerta, alerta que caminha a luta feminista na América Latina! Se não foi ontem, será amanhã. A luta pela autonomia de nossos corpos só irá avançar! #QueSeaLey #AbortoLegal
