Neste domingo (24), houveram mobilizações da Marcha Mundial das Mulheres (MMM) em diferentes estados no Brasil. Nós somamos a outros países e territórios, de diversas partes do mundo, que denunciam as empresas transnacionais neste dia tão representativo para nós.
Esse foi definido como um dia de luta porque, no dia 24 de abril de 2013, em Bangladesh, o edifício Rana Plaza desabou, causando a morte de 1138 pessoas. Elas trabalhavam nas confecções têxteis que ocupavam o prédio. Confecções que pertencem a grandes empresas transnacionais, como a Zara, a GAP e a Walmart. 80% das pessoas que morreram eram mulheres.
A mensagem que o desabamento de Rana Plaza passou era clara: para as empresas transnacionais e para o capitalismo, a vida não vale nada, o que importa mesmo é o lucro.
Desde 2013, transformamos o 24 de abril em uma data de solidariedade internacional e ação feminista. Ano após ano, fomos expandindo nosso debate e entendendo a lógica perversa das grandes corporações. O 24 de abril se transformou nesse dia de luta da Marcha Mundial das Mulheres contra o poder das transnacionais.
Em 2022, nossas mobilizações internacionais denunciaram a indústria da guerra.
Veja abaixo alguns registros das atividades realizadas no Brasil.
Mossoró (RN)
Em Mossoró, o dia 24 de abril, dia de solidariedade feminista internacional contra as empresas transnacionais, foi dia de ocupar as ruas contra a guerra, contra o poder corporativo e pelo direito à cidade!
Na ocasião também aconteceu o lançamento do comitê de luta das mulheres da Marcha!
Tibau (RN)
Em Tibau, as companheiras conversaram sobre a importância do dia 24 de abril e sobre as ações dos anos anteriores, O foco da ação foram as transnacionais da energia eólica e as múltiplas violências que a atuação dessas empresas traz ou acentua na vida das mulheres.
Para saber mais sobre o tema, veja o vídeo publicado no Portal Capire. Clique aqui para assistir. No Rio Grande do Norte, também foram realizadas atividades em Açu.
Registro (SP)
Em Registro, no Vale do Ribeira, foram dois encontros. No dia 21 de abril, as mulheres da Marcha fizeram uma reunião e conversa sobre a solidariedade feminista, debatendo o que nos leva às ruas, redes e roçados no dia 24 de abril.
No dia 23 de abril, foram feitos cartazes denunciando o genocídio negro, uma das “guerras” brasileiras. Defendemos a desmilitarização, a soberania e autodeterminação dos povos! Seguiremos na luta feminista para transformar a sociedade!
Ubatuba (SP)
Um piquenique agroecológico com varal de cartazes de denúncia das corporações transnacionais do agronegócio e da guerra foi o mote para reunir companheiras da Marcha de Ubatuba.
As companheiras leram em voz alta um panfleto produzido pela MMM e, a partir dele, estabeleceram relações entre a guerra na Ucrânia e a guerra silenciada pela mídia que vivemos no Brasil, que se empreende contra as mulheres e o povo negro, pobre, indígena e LGBT.
Elas encerraram com os lemas da Marcha: seguiremos em marcha até que todas sejamos livres! Resistindo para viver e marchando para transformar!
São Paulo (SP)
Em São Paulo, as mulheres da Marcha foram às ruas denunciar a indústria da guerra. Na ação realizada por elas, teve simulação de uma trincheira de guerra; cartazes denunciando o ataque unilateral que mata pessoas negras todos os dias no Brasil, que é chamado de “guerra às drogas” pelos meios de comunicação hegemônicos; panfletagem e diálogo com as pessoas que passavam pela concentração.
“Basta de guerra no Brasil e no mundo”, dizia a faixa estampada por elas.
Caruaru (PE)
Em Caruaru, a Marcha promoveu um cine debate com o filme “Pega-se facção”. A atividade contou com a presença da diretora do filme, Thais Braga, e da Renata Villa Nova, militante da Marcha, que tiveram a tarefa de impulsionar a discussão sobre como a indústria têxtil impacta diretamente na vida das mulheres, incidindo no trabalho, na saúde e na natureza.
Porto Alegre (RS)
Em Porto Alegre, a atividade realizada neste 24 de abril foi feita pela Aliança Feminismo Popular, da qual a Marcha Mundial das Mulheres, Amigos da Terra e o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) fazem parte. A roda de conversa aconteceu na horta comunitária da Aliança. Também houve distribuição de alimentos.
Junto dos movimentos aliados, denunciamos o poder corporativo e todas as mazelas impostas pelo capitalismo patriarcal e racista.