Marcha Mundial das Mulheres Em marcha até que todas sejamos livres!
Por todo o Brasil, o 8 de março foi um dia de luta das mulheres, com manifestações e atividades nas ruas e praças das cidades. A Marcha Mundial das Mulheres esteve presente nos atos, com faixas, bandeiras, batucada feminista, músicas e palavras de ordem pelo “Fora Temer”, contra a Reforma da Previdência, a violência contra as mulheres e a criminalização do aborto. Além disso, em diversas cidades, esteve junto com outros movimentos na ocupação de agências do INSS, como parte da mobilização contra a Reforma da Previdência.
Essa Reforma, proposta pelo governo golpista, pretende igualar a idade mínima da aposentadoria, obrigando as mulheres a trabalhar 5 anos a mais e ignorando a realidade das duplas e triplas jornadas e da desigualdade no trabalho doméstico e de cuidados, realizado majoritariamente por mulheres. Além disso, também pretende acabar com a previdência universal para trabalhadoras/es rurais; dobrar os anos de trabalho necessários para a categoria da educação, que é de maioria feminina; entre outras medidas que, se aprovadas, irão impactar diretamente a vida das mulheres e aprofundar a desigualdade.
Em Maceió (AL), o movimento de trabalhadoras rurais ocuparam o prédio do INSS no dia 7 pela noite, preparando para o dia seguinte. As mulheres organizaram um ato no centro da cidade pela manhã, com movimentos sociais e sindicatos. Na concentração, aconteceu uma panfletagem no calçadão, com batucada da MMM. De lá, mil mulheres seguiram em caminhada até o INSS para prosseguir as atividades da ocupação, como a apresentação de teatro da oprimida sobre violência contra as mulheres.
Em Caxias do Sul (RS), aconteceu um ato com 300 mulheres pautando a reforma da previdência, com concentração na Praça Dante Alighieri às 10h. A partir das 11h, as mulheres marcharam em direção ao INSS, onde fizeram atividades na praça e uma aula pública durante a tarde sobre a Reforma da Previdência e o impacto na vida das mulheres.
Em Porto Alegre (RS), os muros da cidade amanheceram tomados de cartazes contra a Reforma da Previdência. A mobilização aconteceu pela manhã, com passeata pela cidade desde às 5h rumo à agência central do INSS, no centro da cidade.
Em São Paulo (SP), um ato unificado contra a reforma da previdência reuniu mais de 30 mil mulheres no centro da cidade. As mulheres se concentraram durante a tarde na Praça da Sé. Durante o trajeto, as mulheres trabalhadoras da educação, que estavam em assembleia de preparação para a greve nacional de professores, se uniram ao ato, que se encerrou em frente à prefeitura. Com lambe-lambe, batucada e pirofagia, as mulheres deram o recado para barrar a reforma da previdência e acabar com a violência contra as mulheres.
Em Salvador (BA), mulheres de diversos movimentos organizaram três pontos de concentração diferentes, que saíram em caminhada pela cidade e se encontraram durante o trajeto com destino à agência do INSS, onde realizaram um ato político contra a Reforma da Previdência. Estavam presentes mais de 1500 mulheres mobilizadas contra o desmonte do Estado e a retirada de direitos conquistados, e a batucada da Marcha Mundial das Mulheres embalou as palavras de ordem.
No Rio Grande do Norte, a Marcha Mundial das Mulheres organizou uma caravana feminista, que passou por municípios do interior do estado. Durante a caravana, as mulheres dividiram experiências sobre agricultura urbana e agroecologia, ensinaram conhecimentos básicos sobre compostagem e realizaram um grande debate sobre os impactos da Reforma da Previdência na vida das mulheres. O debate aconteceu na Vila de Ponta Negra, em Natal, com a presença de mulheres de várias cidades do Rio Grande do Norte.
Em Mossoró (RN), militantes da MMM, MST, CUT e Frente Brasil Popular ocuparam o prédio do INSS em defesa da previdência para a classe trabalhadora, para que servidores tenham a liberdade de falar sobre a reforma arquitetada por Temer e para que o atendimento ao público seja no prédio central. Com o tema “Aposentadoria fica! Temer sai! Mulheres exigem Diretas já!”, as mulheres de Mossoró seguiram as atividades do 8 de março com uma audiência pública na Câmara Municipal, intervenções diretas em diversos locais da cidade e um ato com mais de mil mulheres durante a tarde, saindo do prédio do INSS.
No Rio de Janeiro (RJ), as mulheres da MMM, do MAB e de outros movimentos fizeram um ato pela manhã em frente à sede da transnacional Vale, denunciando a impunidade do crime da Samarco/Vale em Mariana (MG) e a dívida da Vale com o INSS. Durante a tarde, aconteceu o ato unificado do Dia de Luta das Mulheres, com a presença de 10 mil pessoas. As músicas da batucada feminista foram entoadas da Candelária até a Praça XV, em um ato grande, que fez parte de uma jornada de lutas contra o golpe, a reforma da previdência.
Em Palmas (TO), as mulheres dos movimentos sociais dos campos, cidades e florestas organizaram o Festival das Mulheres do Campo, da Floresta e da Cidade, que aconteceu nos dias 6, 7 e 8 e contou com a presença de 150 mulheres de todo o estado, entre mulheres acampadas, assentadas, indígenas, urbanas, dos sindicatos e núcleos universitários. O festival teve momentos de formação e debate sobre o combate à violência sexista, a lua pela reforma agrária e os impactos negativos da reforma da previdência, além de momentos de cultura e palhaçaria.
No dia 8, um ato público aconteceu pela manhã no prédio do INSS, que ficou ocupado pelas mulheres das 8h às 14h40. Ao ocupar, elas fizeram uma leitura coletiva da Carta da MMM de Tocantins contra a Reforma da Previdência, que foi assinada por outros movimentos e protocolada. No período da tarde, as mulheres se encaminharam para uma audiência na Superintendência do INCRA, pautando a vida das mulheres camponesas e das florestas.
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O 8 de março foi um dia de mobilização em ainda muitas outras cidades! Por isso, esta reportagem segue em construção.
O dia foi de muita luta e deu fôlego para a intensa agenda de lutas contra a Reforma da Previdência, pelo Fora Temer e pelas eleições diretas já. No dia 15 de março, estaremos por todo o país junto com as professoras no ato que iniciará a grande greve nacional da educação!
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