Diversos movimentos sociais convocam a população para ocupar as ruas no próximo dia 20 de agosto, em defesa dos direitos sociais, da liberdade e da democracia. Serão atos em todo país contra a ofensiva da direita e por saídas populares para a crise. Essa é nossa resposta frente às diversas iniciativas reacionárias que se expressam na redução de direitos proposta no Congresso, nos ajustes fiscais da atual política econômica de Joaquim Levy, na crescente violência contra as mulheres, na homofobia e no racismo.
A política no país tem assumido novas feições com o aprofundamento de conflitos em diferentes áreas, à medida em que os grupos mais conservadores recrudescem suas posições de um lado e há uma expectativa de aprofundamento de direitos de outro.
Os ataques à democracia e a proposta de impeachment da presidenta Dilma Rousseff são a expressão mais radical do conservadorismo no campo da política. Não é coincidência que as posições públicas que defendem a redução da maioridade penal, que fazem apologia à violência contra as mulheres e defendem a terceirização das relações de trabalho são as mesmas que articulam a interrupção do mandato da presidenta.
É nesse contexto que se faz urgente que os movimentos sociais e setores comprometidos com as transformações estruturais do país se posicionem fazendo nossas vozes serem ouvidas pelo conjunto sociedade. Nós mulheres no último dia 11 de agosto, durante a Marcha das Margaridas, colocamos nas ruas de Brasília o “Fora Cunha” a partir de uma crítica feminista à agenda conservadora representada pelo presidente da Câmara dos Deputados. Além disso reafirmamos nossa reivindicação de mudanças da atual política econômica que ajusta as contas públicas promovendo cortes de recursos em área estratégicas e nas políticas sociais. Sabemos que os cortes impactam a vida de milhões de homens e mulheres e aprofundam a desigualdade. Assim traduzimos essa reivindicação no “Fora Levy” , entendendo que o ministro da Fazenda representa nesse momento a agenda de ajuste fiscal que queremos combater. Nossa defesa é de que a crise, política ou econômica,se enfrenta com mais justiça, com mais direitos, com igualdade e não com cortes que impactam a população mais pobre e mantém as margens de lucro dos mais ricos.
O ritmo da política nos desafia a estar nas ruas, estar alertas, mais organizadas e a construir um novo sujeito político capaz de interferir na conjuntura política – afinal, transformação de fato não se faz nos acordos feitos em corredores dos palácios, mas com o povo ocupando as ruas. É por isso que na próxima quinta-feira, 20, nós da Marcha Mundial das Mulheres estaremos nas ruas em todo Brasil em defesa da liberdade e contra a lei antiterror que criminaliza as lutas sociais. Estaremos afirmando o feminismo como parte essencial de uma agenda alternativa capaz de se contra por ao conservadorismo.
Nós do movimento de mulheres aprendemos que as alianças se constroem no ato de compartilhar as lutas, sejam elas nas ruas, nas redes ou nos roçados. É nesse sentido que estamos seguras de que haverão outros dias 20 para estreitar laços entre aqueles e aquelas que lutam e sonham para transformar o país e fazê-lo justo e igual para todas e todos.