Marcha Mundial das Mulheres Em marcha até que todas sejamos livres!
Em 01 de agosto de 2016 ocorreu no município de Capoeiras, Agreste de Pernambuco, o estupro de uma médica cubana, dentro do Posto de Saúde em que fazia o atendimento aos pacientes. O crime aconteceu por volta das 13h (treze horas) e foi cometido por um homem que adentrou o local com uma faca e, após realizar um assalto, trancou a médica e cometeu o abuso sexual.
Pernambuco tem uma média de 05 registros de estupro cometidos por dia e no Brasil a cada 11 minutos uma mulher é estuprada. Importa ressaltar, entretanto, que a maior parte dos crimes contra a dignidade sexual não são reportados à Polícia, principalmente em razão da forma machista com a qual as autoridades policiais e judiciárias conduzem casos assim.
A culpabilização da vítima, seja por causa da sua roupa, da hora em que andava na rua ou da forma com que se comportava no momento do crime, sempre foi – e ainda é – o método de investigação utilizado. A mídia hegemônica também reforça essa culpabilização, bem como, não dá visibilidade aos casos, reforçando a anulação da vítima e a impunidade do estuprador. O caso ocorrido em Capoeiras, contudo, deixa claro que a culpa jamais é da vítima.
Não há local em que estejamos seguras, em nenhuma hora estamos livres do medo de sermos a próxima vítima e com qualquer roupa somos olhadas como objeto de uso para este tipo de perverso prazer masculino. Isto porque a sociedade atual é estruturada na exploração-dominação da mulher, através da imposição do sistema patriarcal-racista-capitalista e LBTfóbico, que usa da nossa força de trabalho, do nosso corpo e da nossa liberdade sexual para nos subjugar através da violência sexual, moral, psicológica ou física.
Nos solidarizamos completamente à companheira cubana e exigimos a punição do estuprador, através da investigação séria e eficiente da Polícia Civil de Pernambuco. Não vamos nos calar diante de nenhum caso de violência. Não vamos aceitar o silenciamento de nossas vozes e a violação aos nossos corpos.
10 de agosto de 2016
Marcha Mundial das Mulheres
Assinam a nota:
Coletivo Feminista Diadorim
Coletivo Marcha das Vadias Recife (MVDR)
Fórum de Mulheres Pernambuco(FMPE) /Articulação das Mulheres Brasileira (AMB)
Levante Popular da Juventude (LPJ)
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)
Pastoral da Juventude Rural (PJR)
Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares
Secretaria Estadual de Mulheres do PT
Secretaria da Mulher Trabalhadora da CUT/PE
Consulta Popular
