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Marcha Mundial das Mulheres rumo ao encontro da Jornada Continental pela Democracia e contra o Neoliberalismo

20994054_1674193369265781_2048284601374894560_nAs militantes da Marcha Mundial das Mulheres estão se mobilizando em vários estados do Brasil para participar do Encontro da Jornada Continental pela Democracia e contra o Neoliberalismo, que será em Montevidéu, no Uruguai, entre 16 e 18 de novembro de 2017.

A Jornada Continental pela Democracia e contra o Neoliberalismo é um processo construído por movimentos sociais, sindicatos, articulações e organizações populares, feministas e ecologistas.

Esse processo começou em 2015, após uma década da derrota da ALCA – Área de Livre Comércio das Américas – quando retomamos o esforço de nos encontrar na construção de unidade para enfrentar a nova ofensiva neoliberal que se expressa de forma violenta em todo o continente.

Os golpes de Estado consumados no Haiti (2004), Honduras (2009), Paraguai (2012) e no Brasil (2016), e os ataques ao povo venezuelano demonstram que as elites e as empresas transnacionais querem ampliar seu domínio sobre nossas vidas, atacando nossos direitos, a soberania sobre nossos corpos, territórios e bens comuns.

Mobilização no nordeste

Na última sexta-feira (25 de agosto), no auditório do SINTE Natal, RN, militantes da MMM do RN, CE, PB e PE junto a representantes de sindicatos e da Central Única dos Trabalhadores (CUT) realizaram a primeira plenária regional de construção da Jornada Continental Pela Democracia e contra o Neoliberalismo. Além de discutir a conjuntura do Brasil e América Latina, a plenária serviu para dar o pontapé para esta ampliar e fortalecer esta articulação na região.

Enfatizando que a jornada não se trata de um evento, mas sim um processo de articulação de luta de toda a América Latina, Camila Paula, da MMM RN, resgata o exemplo da mobilização contra a ALCA: “Foi por meio da mobilização contra a ALCA que eu e muitas outras pessoas atentaram para o perigo das investidas neoliberais dos Estados Unidos na nossa Latino América e, por isso, passaram a se engajar em movimentos sociais ou organizações diversas para lutar pela autonomia e soberania dos nossos povos. Vencemos a ALCA e podemos vencer essa nova investida neoliberal que avança contra nossos corpos, nossos territórios, nossos direitos e contra a democracia”

Ticiana Albuquerque, da MMM CE, ao falar sobre a luta pela democracia no Brasil e em outros países latino-americanos, como a Venezuela, afirmou: “o que acontece no nosso país não está desvinculado do que acontece em todo o mundo. Qualquer governo progressista que se oponha a fazer da América Latina o quintal norte-americano está sendo diretamente ameaçado pelas forças neoliberais”. O projeto neoliberal implica em governos antidemocráticos com um estado cada vez mais mínimo, retirando direitos da classe trabalhadora com menos autonomia popular.

“O avanço do neoliberalismo sobre os nossos corpos e território têm aumentado mas nós, principalmente nós mulheres, temos resistido e, mais do que isso, temos ocupado espaços na economia solidária, na agroecologia e, assim, criamos alternativas para o bem viver”, ressalta Verônica Santana do MMTR Nordeste. Com isso, Eliane Bandeira, da CUT RN, afirma que não há motivos para desanimar: “há motivos para nos unir, enfrentar e vencer”.

Contra o neoliberalismo e poder das empresas transnacionais

Em São Paulo, os movimentos e organizações que compõe a Jornada Continental pela Democracia e contra o Neoliberalismo e a Campanha Global contra o poder das corporações realizaram o ato político “Resistências dos povos contra o neoliberalismo, o poder corporativo, e pela democracia” no dia 22 de agosto.

21032380_1674193442599107_6040769486002474756_nA atividade pública teve por objetivo dar visibilidade aos temas das violações de direitos promovidas pelas empresas multinacionais e os impactos sociais e ambientais que elas têm provocado no Brasil e na região da América Latina e Caribe, luta fundamental da Campanha Global.
Na mesa que debateu a necessidade da internacionalização das lutas brasileiras, Maria Julia da MMM de São Paulo contextuou a luta das mulheres contra as reformas regressivas do governo golpista de Temer em uma situação de aprofundamento das violações de direitos no Brasil e no Continente.

A pauta de solidariedade ao governo da Venezuela segue central aos movimentos de defesa da democracia. Em nome do Comité brasileiro pela paz na Venezuela o companheiro Lucas Milagres, da ALBA Movimentos, esteve presente na mesma mesa reforçando a necessidade e a urgência de uma ampla mobilização internacional contra a guerra midiática que se faz sobre a situação venezuelana de violência extrema por parte da direita, assim como dos interesses internacionais que regem o financiamento desses ataques pelo governo Trump dos Estados Unidos. A Secretária de Mulheres da CUT, Junéia Batista, destacou a importância de os movimentos sociais em todo a América Latina se unirem contra os golpes que se espalham pela região.

Encontro em Montevideu

Entre os dias 16 e 18 de novembro, cerca de 3 mil ativistas e militantes que resistem e lutam todos os dias em seus lugares de vida, trabalho e moradia irão participar do Encontro da Jornada Continental.

Esse grande encontro tem o objetivo de ampliar as discussões sobre as ameaças que enfrentamos e avançar em nossas estratégias comuns de resistência e alternativas.

Será um momento de formação massiva e construção de acordos políticos para construir lutas e ações conjuntas contra os acordos de livre comércio e o poder das empresas transnacionais; pela democracia, soberania e integração dos povos!

Acompanhe mais informações em www.seguimosenlucha.wordpress.com

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