Em 24h de solidariedade feminista, MMM organiza ações em grandes lojas de roupas pelo Brasil. Riachuelo, marca que apoiou golpe e Reforma Trabalhista, foi alvo principal.
Neste 24 de abril, diversos municípios do Brasil se somaram ao chamado global da Marcha Mundial das Mulheres por 24h de Solidariedade Feminista. A ação relembra a tragédia de 2013, quando um prédio que abrigava um complexo de oficinas têxteis em Bangladesh – o Rana Plaza – desabou deixando mais de 1000 pessoas mortas ou feridas. A maioria das vítimas eram mulheres que trabalhavam ali em condições precárias e por salários baixíssimos.
Os crimes seguem impunes, nenhuma das empresas indenizou os familiares e a realidade de Rana Plaza segue sendo a realidade de muitas mulheres que trabalham nas confecções de todo o mundo, inclusive no Brasil. Por isso, a Marcha Mundial das Mulheres faz ações das 12h às 13h, partindo das ilhas do Pacífico e seguindo pelos fusos horários, completando assim um dia de mobilizações pelo mundo.
No Brasil, a Marcha Mundial se pautou na resistência às políticas neoliberais do governo golpista. As ações nomearam e denunciaram empresas que lucram com o trabalho precarizado, financiam retrocessos nos direitos e mercantilizam os corpos das mulheres, como a Riachuelo.
Em municípios como São Paulo (SP), Mossoró (RN) e Maceió (AL), as militantes da MMM fizeram intervenções e panfletagens em frente às lojas de roupas Riachuelo, marca denunciada por trabalho escravo, apoiadora da precarização, do golpe e da Reforma Trabalhista.
Flávio Rocha, dono da Riachuelo, possui diversas denúncias por exploração e é um dos criadores da campanha Brasil 200, que defende mais “liberdade” para os empresários atuarem na economia e mais “conservadorismo” na sociedade.
A Riachuelo tem um papel fundamental no atual cenário político e econômico do Brasil, defendendo políticas que afetam diretamente nossas vidas através da piora das condições de trabalho e da retirada de direitos. Sua fábrica de confecções explora trabalhadoras, já foi multada por forçar trabalho análogo à escravidão e é praticamente um laboratório da Reforma Trabalhista, aprovada recentemente.
Em Campinas (SP), o foco foi a loja de roupas Renner, também já multada por trabalho escravo. Em Parintins (AM), as militantes se reuniram em uma praça para dialogar com as mulheres trabalhadoras e fazer panfletagens. Em Registro (SP), as mulheres abriram uma faixa no centro da cidade, exigindo o fim da precarização do trabalho.
Em Pernambuco, aconteceu uma intervenção nas ruas de Caruaru denunciando os impactos da indústria têxtil para o trabalho das mulheres e a sustentabilidade da natureza. E, na capital Recife, foi organizada uma panfletagem com movimentos parceiros em frente à LIQ (antiga Contax), empresa de terceirização de serviços. Também aconteceu uma roda de conversa com mulheres artesãs da comunidade do Coque sobre o golpe e os retrocessos.
Nas redes, as tags #RanaPlazaÉaqui, #24hFeminista e #RiachueloGolpista expõem as ações pelo país, as denúncias de trabalho precarizado e as nossas reivindicações feministas.