Desde o ano 2000, a Marcha Mundial das Mulheres realiza, a cada 5 anos, uma Ação Internacional. As Ações marcam processos de sínteses políticas da Marcha, e conectam nossos processos organizativos e lutas a nível local com a força mundial do feminismo em movimento. Em luta contra a pandemia e o governo assassino de Bolsonaro, a Marcha fará neste sábado (30) um dia de mobilização nacional, com ações de solidariedade, debate ao vivo, cultura e mais.
Este ano, a 5ª Ação Internacional no Brasil teria sua principal atividade entre os dias 28 e 30 de maio, em Natal, no Rio Grande do Norte. Seria uma grande ação, com a participação de 2.000 mulheres vindas em caravanas de todo o país. Devido à pandemia do novo coronavírus, nós, que sempre estivemos nas ruas, precisamos estar em distanciamento social. Mas isso não significa que não estaremos organizadas e mobilizadas desde nossas casas, bairros, comunidades, roçados e redes em ações de solidariedade e denúncia ao governo de ultra direita, neoliberal e autoritário de Bolsonaro. O dia 30 de maio, dia em que encerraríamos nossa grande atividade, será um dia de mobilização virtual! Pela manhã, acontecerão ações de solidariedade das mulheres por todo o país. Às 13h, faremos um tuitaço #MarchaEmAção2020 e #ForaBolsonaro. E, das 14h às 16h, um debate nacional irá colocar as resistências e alternativas feministas para enfrentar este contexto. Depois, nos incorporaremos nas atividades do Mutirão Lula Livre!
O momento que vivemos reforça ainda mais a necessidade da nossa luta, nos colocando o desafio de articularmos a agenda da 5ª Ação Internacional com a luta contra a pandemia em conjunto com os movimentos sociais. Estamos fazendo pressão por políticas de proteção social e pelo fim desse governo genocida. Somos parte da organização de ações de solidariedade e de uma campanha pela taxação das fortunas, que é parte de uma luta por justiça tributária. Tudo isso conectado à luta internacional pelo desmantelamento do modelo capitalista neoliberal nas suas dimensões de classe, raça, do patriarcado, da exploração da natureza e do colonialismo.
A América do Sul já é o novo epicentro da pandemia no mundo e o Brasil é o país mais afetado, tendo o maior número de mortes diárias do continente. Aqui, estamos enfrentando não apenas uma crise sanitária, mas um agravamento de uma crise política e social que ganha mais força com o governo Bolsonaro e que está fazendo com que vidas sejam perdidas em todo o território nacional.
Com suas políticas antipovo, o governo Bolsonaro promove o desemprego, a fome, a miséria e aumento da mortalidade da covid-19, priorizando o lucro das empresas em detrimento das vidas do povo. Nessa conjuntura, as mulheres, cujo trabalho sustenta a economia, estão na linha de frente em várias áreas, seja nos setores da saúde, do cuidado ou da alimentação; e estão lutando lutando em todos os territórios, por todos os lados, para que alternativas coletivas de denúncia e de solidariedade que coloquem a vida no centro sejam estabelecidas frente ao cenário de agravamento diário da crise devido às atrocidades do governo Bolsonaro.
É necessário que existam condições para que as pessoas se protejam e possam seguir as recomendações de distanciamento social. Precisamos de políticas que possibilitem a garantia de renda, acesso a saúde pública, moradia, alimentação de qualidade, saneamento, água limpa, entre outros comuns necessários para a sustentabilidade da vida.
Por isso, nossas campanhas de solidariedade são parte da organização popular, e se articulam com as mobilizações e ações políticas pelo “Fora, Bolsonaro”. O desmonte de políticas e a precarização do trabalho explicitam o ataque do capital contra a vida, sobretudo neste período de pandemia. Portanto, como única resposta e para que possamos lutar por um governo democrático e popular exigimos: Fora, Bolsonaro! Por uma economia que coloque a vida no centro! Estamos em casa, mas não em silêncio. Dia 30 é um dia de luta!
Resistimos para viver, marchamos para transformar!