Entre os dias 12 e 17 de outubro, a Marcha Mundial das Mulheres encerrou sua 5ª Ação Internacional. Com o lema “Resistimos para viver, marchamos para transformar”, a Ação marcou os 20 anos da MMM e organizou os enfrentamentos e as propostas feministas do movimento, conectando as lutas locais e globais.
Cada dia da semana foi dedicado a uma região do mundo: África, Europa, Ásia e Pacífico Sul, Oriente Médio e Norte da África, Américas. As mulheres das Américas prepararam o debate ao vivo “Nosso movimento e a sustentabilidade da vida nas Américas”, que contou com a presença de companheiras do Quebéc, Estados Unidos, México, Guatemala, Cuba, Venezuela, Bolívia, Peru, Brasil, Chile e Argentina, com falas políticas, música e poesia. A atividade contou com o esforço da tradução em quatro idiomas, incluído o português.
No mesmo dia, a Marcha Mundial das Mulheres das Américas publicou seu documento regional. O conteúdo é resultado de uma síntese programática, construída em um processo de elaboração coletiva – foram três oficinas durante os meses de julho e agosto, com a participação de cerca de 40 companheiras, e que resultaram também na produção de uma série de três podcasts com falas das companheiras.
Como em todas as Ações anteriores, o encerramento internacional foi no dia 17 de outubro, data marcada no calendário como Dia Internacional de Luta contra a Pobreza. Nesse dia, lançamos a declaração da 5ª Ação Internacional com uma live que reuniu mulheres de todas as regiões. As mulheres falaram sobre as resistências feministas em seus territórios, marcadas pelo enfrentamento ao capital e pela luta em defesa da vida. “As mulheres da região mantêm a luta por um amanhã melhor, em que os povos possam viver sem tirania, com igualdade e autodeterminação”, disse Ruba Odeh, da Palestina. Segundo Nalu Faria, do Brasil, ao longo dessa Ação Internacional “conectamos nossos 20 anos à história das mulheres que lutam, que estão marchando há muito tempo, participando de todas as lutas por libertação”.
Durante a live, foi lançado o vídeo que reúne as mensagens das organizações aliadas. A auto-organização e a construção de alianças estratégicas são apostas políticas que acompanham a Marcha Mundial das Mulheres desde o início. São falas de organizações internacionais, como a Vía Campesina e a Amigos da Terra Internacional, e também de atuação regional, como o MST, a Confederação Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras das Américas (CSA), a Coalizão contra o Tráfico de Mulheres, entre vários outros.
No Brasil, durante a semana, foi publicada uma série de materiais (textos e áudios) para o encerramento, marcando as alternativas feministas (a solidariedade, a agroecologia e a economia feminista e solidária) e organizando a história da Marcha no Brasil e no mundo. Além disso, no dia 17, participamos das 24h de Solidariedade Feminista. Das 12h às 13h, ao redor do globo, as mulheres fizeram ações simbólicas, nas ruas e nas redes. Companheiras do Rio Grande do Norte, Maranhão, Sergipe, Minas Gerais, São Paulo, Distrito Federal, Santa Catarina, entre outros, organizaram atividades ao ar livre, como rodas de conversa, faixaços, panfletagens e doação de alimentos, máscaras e itens de higiene. Posicionaram, assim, a solidariedade como princípio feminista e como prática de luta, que vincula as resistências às transformações. A 5ª Ação Internacional se encerra, mas a luta feminista segue, forte e permanente: resistindo para viver, marchando para transformar!