Este 8 de março ficará marcado para sempre como um momento histórico em que nós mulheres fomos desafiadas a construir mobilização em meio a uma pandemia provocada pelo capitalismo neoliberal, pelo racismo e patriarcado que há tempos temos denunciado! E aqui no Brasil isso tem nome: Bolsonaro e seu governo genocida.
“Mulheres na luta pela vida: Fora Bolsonaro, vacina para a toda população e auxílio emergencial já!” foi o lema central que uniu mais de 1300 movimentos, organizações e coletivos de mulheres de todo o Brasil no processo de construção do 8 de março de 2021. Um mote que cobra medidas concretas para a vida das mulheres e de toda população brasileira.
No domingo, dia 7 de março, a MMM participou da construção do Ato Nacional Unificado virtual com mais de 80 organizações (assista a gravação do ato aqui). A live teve falas políticas e intervenções artísticas de todas as organizações que assinaram o Manifesto Nacional do 8 de Março de 2021. Também no dia 8 de março, nos unimos em mais uma ação em redes realizando um grande “Tuitaço”, postando milhares de mensagens ao mesmo tempo, denunciando e pautando nossas exigências com a hashtag #MulheresPeloForaBolsonaro.
E mesmo em meio a pandemia as mulheres continuam apontando caminhos de organização e potencialidades do feminismo por meio das centenas de ações descentralizadas que construímos nas casas, nas ruas, e redes de todo o país. Apesar de vivermos na pele, todos os dias, lutos familiares e sociais, fomos capazes de garantir organização com cuidado, criatividade e fúria feminista em nossos diferentes contextos.
A MMM organizou e esteve presente em pelo menos 30 ações externas, realizadas em mais de 20 lugares de todo o país. Em muitos estados nossas ações foram em aliança com os movimentos com os quais já atuamos junto no campo da Frente Brasil Popular, MST, Consulta Popular, Levante Popular da Juventude, sindicatos, partidos e movimentos populares locais.
Mais uma vez surpreendemos com nossa criatividade, mesmo separadas fisicamente, impossibilitadas de fazer grandes atos nas ruas, estivemos mais conectadas do que nunca, a frente de ações locais, nos interiores e capitais, nos bairros e praças Brasil afora:
Faixaços pelas cidades por Fora Bolsonaro, vacina para toda a população e auxílio emergencial já!
A MMM esteve à frente ou articulou em conjunto com outros movimentos para estender faixas em cruzamentos de trânsito e pontos estratégicos das cidades em: Recife/RMR (Centro, Peixinhos, Campo Grande, Morro da Conceição e Paulista – PE), Caruaru (PE), São Paulo (zonas centro, leste, oeste e sul), Ubatuba (SP), Curitiba (centro – PR), Palmas (TO), Sobral (CE) , Campinas (SP) e João Pessoa (PB).
Colagem de lambes e adesivos pautando nossas principais reivindicações!
Já no dia 7 de março e ao longo do 8, a Marcha em diferentes estados se articulou na colagem de lambes e adesivos como em Recife/RMR (Várzea, Sete Mocambos, Peixinhos – PE), São Paulo (zona norte), Ubatuba e Porto Feliz (SP), Caruaru (centro) (PE), Nova Prata e Caxias do Sul (RS), Mossoró e Governador Dix-Sept Rosado (RN).
Carreatas, carros de som e ações de solidariedade abordando o papel das mulheres na sustentabilidade da vida
No Rio de Janeiro a Marcha participou de mais uma carreata, além disso, as militantes produziram um vídeo manifesto. No Bairro Coque, Recife (PE), centro de Curitiba (PR), Taquari, Palmas (TO) e em Natal (RN) as mulheres da MMM organizaram a distribuição de botijões de gás, cestas de alimentos e kits para imunidade (com gengibre e limão) para a população. Algumas dessas ações em conjunto com aliados como o MST. Aliás, solidariedade é o sentimento que tem sustentado a ação das mulheres da Marcha ao longo de todo ano de 2020. No Taboão da Serra (SP) e na zona central de São Paulo, capital, a Marcha também utilizou os carros de som para vender alimentos produzidos por agricultoras do campo e da cidade por valores justos, denunciando também o aumento do preço dos alimentos, o desemprego e como isso também é uma política do governo Bolsonaro para arrasar com a população.
Intervenções artísticas, atos e ações simbólicas para denunciar as violências!
Nas cidades de Belo Horizonte (MG), Vitória (ES), São José dos Pinhais (PR), Ubatuba e Peruíbe (SP), Tamandaré (RS), Curitiba (PR), São Paulo (centro, Av. Paulista, e zona oeste), Florianópolis (SC), Mossoró e Natal (RN), Recife (PE) e Região da Fronteira RS (Rivera e Livramento) nos organizamos de maneira descentralizada em atos simbólicos em frente à aparelhos públicos, praças e avenidas, com faixas, batuques, cartazes, gritos e palavras de ordem para expressar nossa indignação e fúria feminista. Nossas ações também foram pensadas para ter impacto nas redes sociais, como uma forma de pautar a agenda feminista do 8 de março e também nos conectarmos com nossas companheiras que nos acompanhavam de casa.
Neste sentido, a comunicação feminista e popular mostrou-se mais uma vez como aposta política. Em um só movimento, articulamos, executamos e visibilizamos nossas ações a partir das produções de fotografias, vídeos, áudios e textos para circularmos o que estávamos realizando.
Além das ações externas, estivemos comprometidas com as atividades preparatórias e de formação para o 8 de março e o que trazemos como pautas centrais. Foram vídeos e áudios enviados para o coletivo de comunicadoras, horas de rodas de diálogo, confecção de faixas e tambores, sarais e debates virtuais. Ações que também tiveram um papel fundamental nos resultados deste 8 de março, nos deixando mais fortes pra seguir na luta para tirar Bolsonaro e ser governo do poder, garantir a vacinação em massa para enfrentar a pandemia e concretizar o retorno urgente do auxílio emergencial num valor maior do que os 300 reais (menos de 1/3 de salário mínimo) proposto pelo governo Bolsonaro.
Ainda no final deste dia histórico, vibramos ao recebermos a notícia da anulação das acusações injustas sofridas pelo ex presidente Lula relacionadas a operação Lava Jato. Um grande dia para as mulheres e para a esperança democrática do país!
Durante a primeira pandemia do século XXI e diante das crises sistêmicas que vivemos em nosso país, temos encarado de frente o desafio da construção de uma unidade para um novo projeto de sociedade. A partir da organização das mulheres, do feminismo anticapitalista e antirracista temos nos posicionado na atual conjuntura e construindo as alternativas a partir das práticas cotidianas de auto-organização.
Agora e sempre, resistimos para viver, marchamos para transformar!
Você também pode encontrar mais registros coletados neste 8 de março nas redes sociais da MMM:
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Por: Coletivo de Comunicadoras da MMM