Nós, militantes da Marcha Mundial das Mulheres (MMM) de todo o Brasil, nos somamos à tarefa urgente e fundamental de eleger Lula no primeiro turno. Vivemos em um país marcado pela implementação de um projeto de morte, que atenta contra todas as bases da vida e coloca milhões de pessoas na miséria, enquanto uma minoria segue acumulando riquezas. Uma conjuntura diferente (mais dura e violenta) do que todas as outras que vivemos em períodos recentes, demandando de nós muita luta e compromisso político – nas ruas e nas urnas – para derrotar o Bolsonaro e o bolsonarismo.
O golpe neoliberal, racista e patriarcal dos mercados contra a democracia e contra o povo retirou Dilma Rousseff (PT) da presidência em 2016, prendeu ilegalmente o ex-presidente Lula e pavimentou o caminho para que, em 2018, o genocida Jair Bolsonaro fosse eleito.
A catastrófica situação econômica, social e política do país também foi impulsionada pela ascensão e articulação da extrema-direita, internacionalmente, com apoio das corporações transnacionais. No Brasil, a extrema-direita e as corporações vêm destruindo o Estado e a soberania nacional, com medidas como o congelamento dos investimentos em políticas sociais de educação, saúde, assistência social, ciência e tecnologia etc. Além de retirar direitos com a reforma trabalhista, reforma da previdência, privatizações, entre outras políticas antipovo. Com o conservadorismo e a austeridade, a vida das mulheres, principalmente das mulheres negras, só piorou.
Vivemos em um país sob influência de militares corruptos, milicianos, igrejas associadas à corrupção e ao mercado, grileiros de terras, setores do agronegócio, mineradoras etc. Com apoio da maioria do Congresso Nacional, as grandes corporações têm causado a destruição da natureza e promovido a morte com seus pacotes de venenos na agricultura, venda de armas, aumento da militarização, da violência e da corrupção, além da imposição de retrocessos nos direitos. Nesse cenário, cresce a intolerância, o sexismo, o racismo e a precarização da vida.
Na pandemia, o desprezo do desgoverno Bolsonaro pela vida resultou em mais de 650 mil mortes, em consequência da Covid-19, afetando principalmente as mulheres, a população negra e o povo pobre. Na crise sanitária, foram as trabalhadoras e os trabalhadores que atuaram para salvar vidas, apesar de todas as tentativas de destruição do SUS empreendidas pelo presidente e por seus aliados.
Nunca deixamos de lutar! Nossa saída foi e segue sendo ir às ruas exigir a derrota do Bolsonaro e de seu projeto antipopular. Desde 2018, com a campanha “Ele não”, nos somamos a outros movimentos feministas para denunciar o caráter patriarcal, racista e fascista do Bolsonaro e dos seus aliados.
Durante a pandemia, em articulação com outros movimentos sociais, organizamos a Campanha Fora Bolsonaro e ocupamos as ruas. No final de 2021, participamos da mobilização nacional “Bolsonaro nunca mais!”, denunciando a carestia e a violência. Na ocasião, reafirmamos a necessidade de retirar Bolsonaro do poder e dar um fim ao seu projeto de morte. No 8 de março deste ano, novamente nos mobilizamos em todo o país, com unidade em defesa da vida, por um Brasil sem machismo, sem racismo e sem fome!
Em 2020 e 2021, a solidariedade foi nossa ferramenta fundamental para amenizar o sofrimento de milhares de mulheres e famílias que ficaram sem renda e em situação de desemprego. O aprendizado desse processo é que a solidariedade precisa ser parte da política que enfrenta o bolsonarismo. A solidariedade contribui para a organização da população e deve ser um dos eixos fundantes da reconstrução do país.
Nossa tarefa fundamental no processo eleitoral de 2022 é derrotar o Bolsonaro. Esse é um passo imprescindível para a reconstrução do Brasil, para que tenhamos a possibilidade de lutar pela retomada do Estado democrático de direito, fortalecer a organização e soberania popular e construir um projeto popular, feminista, socialista e antirracista para o país.
Somos um movimento social feminista, antirracista, anticapitalista e plural. Nos somamos a toda a esquerda brasileira nesse momento de unidade e de urgência para derrotar Bolsonaro e o bolsonarismo.
Por tudo isso, convocamos nossa militância a se somar ao processo de construção dos Comitês Populares para eleger Lula presidente, visto que esta é a única possibilidade de derrotar o Bolsonaro nas urnas e de construir forças para enfrentar e derrotar o bolsonarismo além das eleições. Conscientes disso e empenhadas nessa tarefa, declaramos nosso apoio à pré-candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à presidência!
Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres!
Resistimos para viver, marchamos para transformar!
Marcha Mundial das Mulheres, maio de 2022