20 anos de derrota da ALCA: Movimentos populares se reúnem em Mar del Plata, Argentina
05/11/2025 por @admin

Pela soberania dos povos, contra a direita e o neoliberalismo!
Nos dias 4 e 5 de novembro, em Mar del Plata (Argentina), movimentos sociais e sindicais de diversos países das Américas, entre eles Brasil, Uruguai, Argentina, Haiti e Bolívia, se reuniram para dois dias de atividades e debates.
O encontro retomou a trajetória de luta que culminou na derrota da ALCA em 2005, revisitando esse marco histórico e analisando os desafios atuais da integração popular diante da nova ofensiva neoliberal no continente, como a ocupação do Haiti, o bloqueio a Cuba e as pressões violentas sobre a Venezuela. Nos solidarizamos com as companheiras de Cuba e Venezuela que foram impedidas de estar no encontro por terem seus vistos negados para entrar na Argentina.
Nós da Marcha Mundial das Mulheres (MMM) participamos com representações do Brasil, Uruguai e Argentina, contribuindo para o debate sobre a importância da unidade e da mobilização popular feminista na construção de outro projeto de futuro para a região das Américas e Caribe.
As atividades também foram marcadas por atos de solidariedade internacional, especialmente ao povo haitiano e à Palestina, reafirmando o compromisso dos movimentos com a paz, a justiça e a soberania dos povos, com a presença de compas da Argentina que estiveram na Flotilha pela libertação da Palestina, e também a representação das Madres da Plaza de Mayo com a companheira Irene Molinari, que nos trouxe uma mensagem com um chamado muito forte à mobilização em todo o continente, irmos às ruas para construir o futuro que queremos, com as estratégias que temos no presente:
“Companheiros, companheiras, lembremo-nos do Não à ALCA, não como um passado distante, e sim como uma memória fértil que nos impulsiona a continuar lutando, porque os povos fazem o impossível para mudar as coisas. Fico feliz que esses dias sejam de debate e reflexão, mas que não fiquem restritos a quatro paredes. Nós, mães, colocamos nossos corpos em risco pensando nos 30 mil filhos e filhas desaparecidos. São eles que nos impulsionam a continuar lutando sempre e, por isso, o plano que sair daqui deve ser um plano de ação nas ruas, nas praças, uma revolta popular que diga não à Milei, não a este imperialismo que quer nos oprimir e nos subjugar. Nós, mães, dizemos que a única luta perdida é aquela que se abandona, companheiros. Por isso, para terminar, dizemos: força para lutar, coragem para continuar!”
A atividade também prestou memória a nossa companheira Nalu Faria, que em sua atuação na MMM esteve fortemente comprometida com as lutas antiimperialistas nas Américas, contribuindo em diversos espaços como a Jornada Continental, Alba Movimentos e outros. Há 20 anos nossa querida Nalu esteve na Argentina, em 2005, contribuindo com toda articulação para da campanha de “Não a ALCA!”.

Hoje (5) o encontro teve um momento de debate a partir das mulheres e Bernadete Esperança da Coordenação Executiva e da MMM de Minas Gerais fez uma fala que recuperou o sentido político das mobilizações da 6ª Ação Internacional da MMM com o lema “Marchamos contra as guerras e o capitalismo, defendemos a soberania dos povos e o bem viver” em relação aos desafios e aprendizados destes 20 anos pós derrota da ALCA pelos movimentos populares.
Neste sentido destacou a necessidade de fortalecer as dimensões da formação/ articulação e mobilizações de rua, reflexão e ação, como estratégia de reposicionar as nossas organizações do campo popular, recordando os aprendizados de nossa história enquanto tecemos no presente o futuro que queremos:
“Nós da Marcha Mundial fazemos parte da Jornada Continental, da Alba Movimentos, da Assembleia Internacional dos Povos, espaços em nos juntamos como movimentos, sindicatos, partidos, para pensarmos juntos um projeto de mudança do mundo, de mudança das nossas vidas enquanto mulheres, trabalhadoras, para uma mudança do mundo como um todo. Para nós o feminismo popular, antirracista, anticapitalista, tem que ser parte estrutural do projeto que pensamos. Então, nós, na Marcha Mundial das Mulheres, nós nos auto-organizamos enquanto mulheres para nos fortalecermos, para construir um projeto que nós queremos mas em aliança com os outros movimentos mistos. Por isso convidamos a todas a se juntarem a nós da MMM, junto a Jornada Continental, a Alba Movimentos, para seguirmos construindo uma agenda de mobilização e de luta”.
Com feminismo popular, pela soberania dos povos, contra a direita e o neoliberalismo!
Seguimos em marcha contra as guerras e o imperialismo!Fotos: Maria Fernanda López – ATALC, Bernadete Esperança – MMM BR, Alicia Coca MMM – CTA AR








É possível assistir a gravação da transmissão aqui: