No dia 15 deste mês de março, duas jovens militantes feministas e lideranças sofreram violência política de gênero por parte do vereador Marcelo Sgarbossa, na Câmara de Vereadores de Porto Alegre. Uma dessas jovens é nossa companheira marchante Any Moares, importante liderança da cidade, dirigente do PT, integrante da Aliança Feminismo Popular, com forte atuação comunitária na periferia de Porto Alegre.
A violência sexista/machista ocorre em todos os lugares da sociedade onde há homens e mulheres e pode se expressar de diversas maneiras. Explicitas, veladas, patrimonial, física, sexual, etc. Algumas delas são mais naturalizadas como aquelas que agridem mulheres por estarem em lugares públicos como se aquele espaço não às pertencessem. Assim mulheres que estão em lugares políticos e de poder convivem com a desconfiança, o assédio e a desqualificação permanente.
A violência política de gênero ocorre quando há constrangimento, humilhações, ameaças e ações que dificultam a participação política de mulheres na vida pública. E é exatamente o que o vereador Marcelo Sgarbossa tem feito, muito antes do ocorrido e após, enviando mensagens difamatórias via aplicativos e redes sociais. Em 15 de março, além de proferir insultos e gritos, ele a tocou para olhasse pra ele, se exaltou, acusou quando a Any tentou não seguir com aquela conversa constrangedora. Um segurança tive que intervir. Após este ato de violência, seguiu enviando mensagens ofensivas via WhatsApp.
Este tipo de violência é velha conhecida das mulheres que ousam assumir uma liderança, cargo público ou mandato. Mas ela causa muita dor, em alguns casos envolve ameaça à integridade da família e pode deixar sequelas para a vida dificultando a permanência das mulheres na vida política pública que para as mulheres requer enfrentamentos enfrentamentos cotidianos.
A dominação patriarcal controla nossos comportamentos, os espaços que frequentamos, o trabalho que fazemos. Temos que denunciar sempre. Não vamos nos calar diante da violência.
Expressamos nosso apoio e incondicional solidariedade à nossa companheira Any Moraes, da executiva da MMM RS, e à companheira Rossana Prux, que também sofreu a agressão machista. O enfrentamento à violência contra as mulheres está presente na Marcha Mundial das Mulheres desde o início. Não vamos tolerar que as mulheres sigam sendo tratadas com discriminação por participarem da política.
Em Marcha até que todas sejamos livres!
Marcha Mundial das Mulheres
Março 2023