A Marcha Mundial das Mulheres vem por meio desta nota se solidarizar com o Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST), que ontem tiveram dois de seus companheiros assassinados no acampamento Dom Tomás Balduíno, em Quedas do Iguaçu, no Paraná.
A área ocupada contava com cerca de 2500 famílias, e a Justiça Federal já havia declarado que as terras eram pertencentes à União e, portanto, deveriam ser destinadas à reforma agrária. Não havia pedido de reintegração de posse ou qualquer outra medida semelhante com relação à área.
Em atividade de ronda, o grupo que a realizava sofreu uma emboscada pela Polícia Militar e por seguranças privados da empresa Araupel. Os militantes foram atingidos pelas costas, enquanto tentavam fugir dos tiros. O resultado foram dois mortos, e tantos outros feridos.
O conservadorismo anda a passos largos no Brasil, e a direita não mede esforços para concretizar seus anseios golpistas de, mais uma vez, controlar completamente este país. Começando pelos meios institucionais, passaram a ocupar as ruas e agora mostram sua verdadeira cara ao reprimir os movimentos sociais usando de extrema violência.
O que ocorreu ontem com os companheiros do MST foi um verdadeiro crime, realizado a mando daqueles que não suportam ver o povo se organizando para lutar pelos seus próprios direitos.
Exigimos a punição dos responsáveis pelo crime, executores e mandantes. Reafirmamos a reforma agrária como uma de nossas bandeiras. Sem reforma agrária, não há qualidade de vida para as mulheres e para todo o povo brasileiro.
Reafirmamos também nossa incansável luta por uma sociedade mais justa. Não sairemos das ruas, por mais que nos tentem intimidar. Essa é, afinal, a melhor forma de homenagear os companheiros que caíram pelas mãos do agronegócio e do poder econômico em nosso país.
Por nossos mortos, nenhum minuto de silêncio, mas toda uma vida de luta!
Lutar, construir reforma agrária popular!
Seguiremos em marcha até que todas e todos sejamos livres!
08/04/2016