Baixe o PDF da declaração aqui.
Acesse também em espanhol, inglês e francês no site da MMM Internacional
A Marcha Mundial das Mulheres (MMM) abraça o povo peruano e brasileiro, reiterando nossa solidariedade feminista e de classe.
No Peru, vemos mais uma vez como as oligarquias, as classes dirigentes, os poderes econômicos nacionais e transnacionais estão atacando as decisões do povo, quando os governos não lhes são úteis.
Em 7 de dezembro passado, o golpe contra o presidente camponês e sindicalista Pedro Castillo finalmente aconteceu. Durante todo o ano do governo Castillo, houve constantes tentativas de derrubá-lo, nunca o deixaram governar. Desde então, o povo peruano tem estado nas ruas exigindo a restituição de seu presidente, denunciando a usurpação e o estabelecimento de uma ditadura. Até o momento, há mais de 45 vítimas da repressão da ditadura de Boluarte.
As mulheres da MMM se juntam ao luto das famílias e comunidades peruanas, especialmente nas cidades de Puno, Ayacucho e Cusco, e se juntam às denúncias do uso de armas de fogo contra manifestações pacíficas e prisões ilegais que os cidadãos peruanos estão sofrendo. As exigências de encerramento do Congresso; a renúncia de Dina Boluarte; a libertação de Pedro Castillo e a Assembléia Constituinte, feitas pelas mulheres, camponesas, operárias, estudantes e trabalhadores do Peru são exigências legítimas de um povo cujos direitos políticos foram violados.
Infelizmente não é somente no Peru que o fascismo mostra suas garras em nossa América. Apenas uma semana após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Brasil, assistimos com horror à tentativa da extrema direita de encenar um golpe de Estado no país.
A alegria que os cidadãos brasileiros nos deram em 1º de janeiro com a posse de um governo comprometido com seu povo, liderado pelo companheiro e presidente Lula, foi manchada uma semana depois com os brutais atos de vandalismo da extrema direita bolsonarista aos edifícios que abrigam o poder executivo, legislativo e judicial em Brasília.
O mesmo roteiro é repetido em todo o continente americano quando um governo comprometido com o bem viver e a soberania dos povos assume a tarefa de governar, portanto não duvidamos da responsabilidade no financiamento dessas mobilizações antidemocráticas do imperialismo norte-americano e das corporações transnacionais, que só estão interessadas em expropriar os bens comuns e explorar os povos e seus territórios, como permitido pelo genocida Bolsonaro.
Juntamo-nos à demanda da MMM Brasil e do movimento social brasileiro por não anistiar, investigar minuciosamente e punir os golpistas. Apelamos para a unidade do movimento popular e para continuar unidas no enfrentamento ao fascismo bolsonarista nas ruas, para permanecer em permanente mobilização.
Ditadura no Brasil e na América Latina, nunca mais!
Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres!
Marcha Mundial das Mulheres, Janeiro de 2023.