No último dia 11 de junho, no Sindicato dos Bancários, em Recife, Pernambuco, ocorreu a I Etapa da Escola Feminista Popular Soledad Barrett, promovida pela Marcha Mundial das Mulheres e contou com a presença de cerca de 150 mulheres e militantes de movimentos parceiros, entre estes o Levante Popular da Juventude (que compõe com a MMM a Comissão Político Pedagógica da Escola), a Pastoral da Juventude Rural e o Movimento de Luta Antimanicomial. Toda a estrutura foi garantida pela Marcha, incluindo as refeições e uma Ciranda, espaço dedicado especialmente para as crianças, possibilitando que as mães que não tem com quem dividir o trabalho doméstico e de cuidados possam participar da Escola.
Nesta primeira etapa, que cumpriu também com o caráter organizativo da Escola, uma vez que seguiremos até dezembro com a turma, iniciamos o estudo sobre o Histórico do Feminismo e Conceitos Feministas. Após a explanação das companheiras Tita Carneiro e Clarissa Nunes sobre o histórico do feminismo sob uma perspectiva do Feminismo Popular, ou seja, visibilizando o local das lutadoras da classe trabalhadora, as socialistas, a relação do sistema de opressão e dominação de raça, classe e gênero ao longo da história, tivemos um bom debate em plenária.
Ao final da formação as mulheres saíram em caminhada pelas ruas do Recife colando lambes, que denunciavam que a cada 11 minutos uma mulher é estuprada no Brasil e exigindo o fim da cultura do estupro. A ação foi finalizada no Pátio de Santa Cruz, centro da cidade, e contou com a presença da poetisa Graça Nascimento, de Canhotinho, interior de Pernambuco.
Em um contexto em que a cultura do estupro se apresenta de forma tão escancarada, nós, militantes da Marcha Mundial das Mulheres, reafirmamos a auto organização, a ação das mulheres nas ruas e a formação militante como os mecanismos imprescindíveis para mudar o mundo e a vida das mulheres num só passo. A Escola segue até dezembro, e os temas que ainda serão abordados incluem formação social do Brasil, Reforma Política, Violência, Aborto, Comunicação e Cultura Feminista, sempre um sábado por mês, nos moldes que foi a primeira etapa, contemplando formação, organização e luta.