O primeiro dia da ação internacional da Marcha Mundial das Mulheres em Palmas, no Tocantins, foi marcado pelas chegadas e reconhecimentos.
São mulheres jovens, trabalhadoras, indígenas, camponesas e estudantes, reunidas até o dia 17 de abril para fortalecer a luta pelo direito ao corpo e ao território, e pelo fim de todas as formas de violência contra as mulheres.
Auto-organização das mulheres no Tocantins
Recuperando a trajetória de construção da Marcha no Tocantins, Amanda Teixeira, que também é diretora da UNE, ressalta que a ampliação do envolvimento das jovens se deu a partir do contato com a batucada em 2010, no Festival de Juventude de Fortaleza. A partir de então, a auto-organização das mulheres na Universidade se tornou incontornável e fortaleceu as estudantes para também ocupar as ruas.
Seguindo essa trajetória, Cristiane conta como a organização da Marcha entre as estudantes colocou o desafio de ir além dos muros da universidade, construindo o feminismo com as mulheres das associações de moradia e camponesas, em aliança com os movimentos sociais.
Este desafio se expressa na construção desta ação. As atividades são coordenadas pelas militantes da MMM no Tocantins e contam com a participação de mulheres do MST, do movimento estudantil e sindical, além de uma delegação da MMM do Pará e de indígenas Carajás Xabioás.
Cultura feminista
A ação internacional no Tocantins acontece de forma simultânea ao congresso literário dos movimentos sociais. O feminismo está presente em todos os espaços, uma forma concreta de enfrentar a invisibilidade da produção das mulheres e do feminismo.
Assim, o feminismo mostrou sua força na voz da DJ Luana Hansen, que pautou em suas rimas a violência contra as mulheres, a legalização do aborto e a luta das mulheres negras. Em seguida, a batucada do núcleo Olga Benário, da MMM de Araguaína, interior do Tocantins, deu o tom do sentido da auto-organização das mulheres no estado, chamando para uma roda de conversa sobre feminismo e literatura.
Expectativas de intercâmbio e mobilização
A programação da ação internacional no Tocantins segue com atividades até sexta-feira, dia 17.
Estão previstas oficinas de batucada e comunicação, debates em conjunto com os movimentos sociais e uma atividade sobre o direito ao corpo e ao território, pelo fim da violência. A expectativa das mulheres para estas atividades é muito grande. A batucada, os intercâmbios entre as diversas mulheres presentes e, especialmente, a mobilização no dia 17 de abril estão no centro das expectativas de militantes como Erica, que integra a delegação do Pará, que participam pela primeira vez de uma ação da MMM fora do estado.