Entre os dias 15 e 17 de abril, cerca de 80 mulheres participaram nas atividades da 4 ação internacional da Marcha Mundial das Mulheres em Palmas, no Tocantins.
O dia 17 de abril foi marcado por manifestações.
Militantes da MMM participaram ativamente, em conjunto com o movimento indígena, da manifestação de repúdio à ação discriminatória contra o povo indígena Karajás Xambioá presente nas atividades. Ornamentadas, as indígenas foram impedidas de entrar no restaurante universitário da UFT, local de realização das atividades, com o argumento de que isso estaria fora das normas de higiene.
A auto-determinação e autonomia sobre o corpo foram escancaradamente violadas nesta atitude discriminatória. No jogral realizado por militantes da MMM dentro do restaurante, elas afirmaram que anti-higiênico são os agrotóxicos que o agronegócio coloca na alimentação e reivindicadaram o direito dos povos indígenas ao seu território e a sua cultura. A UFT foi uma das primeiras universidades a implementar as cotas para indígenas, e as indígenas e militantes da MMM do movimento estudantil participaram ativamente dos atos realizados dentro da UFT, reivindicando uma ação contundente da reitoria.
Em marcha até que todas sejamos livres do machismo e do agronegócio
Enquanto isso, com faixas e batuques, cerca de 50 mulheres realizaram um ato em frente a empresa Bunge, afirmando a luta pelo direito ao corpo e ao território. Em seguida, se reuniram no acampamento do MST, onde intercambiaram cantos e percepções sobre o enfrentamento ao machismo e ao agronegócio. Em seguida, as mulheres da MMM se somaram ao ato de fechamento da estrada, ação do MST no estado como parte das ações do movimento no 17 de abril.
O dia foi encerrado com um jogral, onde as militantes da MMM se somaram às lutas das mulheres do norte de Minas Gerais em defesa da água e da agroecologia, contra a mineração, que iniciaram no dia 17 a segunda atividade regional da ação internacional da Marcha Mundial das Mulheres no Brasil.