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Integração Regional: mais direitos e mais participação para as mulheres

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Integração Regional ainda é um desafio para as mulheres do MERCOSUL. A assertiva é parte da conclusão dos debates realizados durante a XVIII Cúpula Social do MERCOSUL, que aconteceu durante os dias 14 e 16 de junho, em Brasília, e reuniu mais de 600 pessoas de diversos países do Bloco e da América Latina. Durante a mesa “Igualdade, Direito e Participação das Mulheres no MERCOSUL”, Nalu Faria, coordenadora executiva da Marcha Mundial das Mulheres, enfatizou que a Integração Regional precisa ser pensada a partir da dimensão da organização do movimento de mulheres e das agendas que estão sendo construídas, bem como a partir da dimensão da democratização do estado. “Temos que questionar o caráter patriarcal, classista, homofóbico e racista deste estado. E claro, deixando também como uma grande contribuição do movimento de mulheres, de cobrar a dimensão da sustentabilidade ecológica”, afirmou.

Para ela, é necessário pensar qual o modelo de sociedade a gente quer construir e reconhecer a centralidade do trabalho nesta construção. Nesse sentido, o trabalho deve ser pensado não apenas como mercado, mas como uma ação de reprodução do viver. “Isso nos traz vários elementos, tanto de ampliar o conceito de trabalho, o conceito de autonomia, de questionar a divisão entre público e privado, de questionar a divisão sexual do trabalho”, ponderou.

Ainda segundo Nalu, o debate precisa ser uniformizado, considerando as diferenças existentes nos países. “A gente buscar uniformizar esse debate pelo mais avançado. Se no Uruguai avançou a descriminalização do aborto, temos que nos perguntar porque em outros países continua criminalizado. Se em alguns países já tem a paridade, já tem eleições em lista, já tem outra forma de sistema político, nós temos que fazer o debate por esse ângulo”. Nalu já havia alertado para a necessidade de construir uma agenda dos movimentos no Mercosul, durante o discurso de abertura da Cúpula, em que representou a sociedade civil.

É nessa perspectiva de Integração Regional que Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul, recebe de 26 a 28 de setembro, as mulheres do Uruguai, Argentina e Brasil para a 4º Ação Internacional da Marcha Mundial das Mulheres. Mil mulheres são esperadas na fronteira nesta ação que irá marcar a luta pela legalização do aborto e pelo fim da hipocrisia que hoje mata, principalmente, mulheres pobres e negras por conta da clandestinidade do aborto.

Comunicação Feminista
A Marcha Mundial das Mulheres, através de Cíntia Barenho, mediou a mesa “Políticas Públicas, Leis de Meios e Redes de Comunicação Popular” onde participaram do debate Bia Barbosa (Intervozes), Filipe Peçanha (NINJA), Oliver Kornbhlitt (Faccion – Argentina) e Rubén Ayala (Decidamos – Paraguay).

A mesa apontou como uma necessidade de que, assim como Argentina e Uruguai, outros países do bloco avancem em uma legislação de democratização dos meios de comunicação. Atualmente a única semelhança da integração regional é a concentração dos meios de comunicação, bem como a existência do machismo, do racismo e da lesbofobia nos meios. Também foi discutido a necessidade de apoiar financeiramente as iniciativas de mídia livre, através do Fundo do Mercosul.

As comunicadoras da Marcha participaram ainda do processo de cobertura colaborativa da Cúpula do Mercosul. Cerca de 30 pessoas, de 15 movimentos estiveram neste processo de construção de diversas narrativas.
Entendendo a comunicação como princípio importante para a transformação social, o combate ao machismo e a luta anticapitalista, as militantes da Marcha Mundial das Mulheres organizam desde 2013 o coletivo de comunicadoras da MMM, produzindo e distribuindo comunicação feminista nas ruas, nas redes e nos roçados.

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