“Se tem violência contra a mulher, a gente mete a colher!”. Com batuques e palavras de ordem o chamado para o debate no espaço alternativo: “Mulheres sem Violência” construído pela Marcha Mundial das Mulheres e o Movimento de Mulher Trabalhadora Rural do Nordeste (MMTR-NE) veio para fortalecer a resistência e as alternativas que as mulheres vêm construindo nas bases de suas organizações e movimentos no enfentameno da violência sexista.
Em sua fala, Ilda Pereira, do MMTR, diz que “há violência, mas há o crescimento do enfrentamento” e elencou as conquistas já feitas através da Marcha das Margaridas, denunciou a violência nas instituições mistas e afirmou a importância da presença do movimento feminista construindo em todos os espaços.
Moara Correira, da União Nacional das/os Estudantes (UNE), também esteve presente no debate e abordou o desafio de enfrentar a violência nos espaços públicos, a falta de reconhecimento das mulheres e a falha dos mecanismos para a denúncia e enfrentamento da violência, mas mostrou a necessidade de as mulheres não se renderem e lutarem todos os dias para ocupar os espaços de poder na sociedade.
Neneide Lima, que é agricultora e da Marcha Mundial das Mulheres, contou sua experiência da conquista da autonomia financeira dela e de outras tantas mulheres de Mulunguzinho, onde vive e produz, e de outros assentamentos e comunidades rurais do Rio Grande do Norte através da Rede Xique Xique de comercialização solidária, construindo uma economia solidária, feminista e agroecológica. Com sua vivência, apontou que além da busca pela autonomia financeira, a auto organização é o que fortalece o combate contra a violência sexista doméstica e pública: “quando a gente se reúne pra mudar, a gente se liberta e liberta umas as outras”.