Nos causa horror, dor e vertigem saber que mais uma menina foi estuprada e que, por conta dessa violência, ela está grávida pela segunda vez. Como se não bastasse, a garota está sendo mantida presa em um “abrigo” religioso em Teresina, sendo impedida de ter acesso ao que é seu por direito – a interrupção da gravidez.
A situação fica mais assustadora ainda quando vemos que a juíza Maria Luiza de Moura Mello e Freitas, da 1ª Vara de Infância e Juventude de Teresina, nomeou uma defensora pública para representar os interesses do feto, a pedido da defensoria. A sucessão de violências às quais essa menina está submetida é abominável e todas as pessoas envolvidas são cúmplices e devem ser tratadas como criminosas.
Somos favoráveis ao aborto em qualquer circunstância em que a mulher decida não levar uma gestação indesejada à frente, por isso lutamos cotidianamente.No caso de uma criança, interrompê-la não é só o desejo, mas um direito já previsto em lei, e o Estado brasileiro deve acolher e assegurar que o procedimento seja realizado.
Estamos mobilizadas para que os direitos dessa menina sejam garantidos, e exigimos a imediata intervenção do Governo Federal neste caso, através do Ministério das Mulheres, do Ministério da Saúde e do Ministério dos Direitos Humanos. Precisamos garantir o direito das meninas e mulheres a uma vida sem violência e à autonomia ao próprio corpo.
Um país verdadeiramente justo não pode obrigar meninas e mulheres a seguirem com uma gestação, por isso, chamamos todas e todos aqueles comprometidos com uma sociedade feminista e livre de violência e se mobilizarem pelo direito dessa garota e de todas nós. Precisamos garantir o que já está legalizado e avançar!
Todo nosso amor e solidariedade a essa menina. Legalizar o aborto, direito ao nosso corpo!