No dia 16 de dezembro estaremos todas num grande bloco feminista em aliança com as demais forças progressistas, contra o impeachment, pelo Fora Cunha e por outra política econômica!
Desde as últimas eleições presidenciais, há uma crescente polarização política no país, que se expressa no Congresso extremadamente conservador e na articulação da direita para desgastar o governo Dilma e construir a possibilidade de um impeachment.
O Câmara dos Deputados, presidida pelo Deputado Eduardo Cunha, se dedica a propostas de lei que atacam direitos das mulheres e homens trabalhadores, dos povos indígenas, da população LGBT, da juventude e do povo negro. Podemos citar o Estatuto do Nascituro; o PL 5069 do Dep. Eduardo Cunha, que restringe o acesso à pílula do dia seguinte no atendimento às mulheres vítimas de violência sexual além de dificultar o aborto já previsto em lei. O Estatuto da Família, que compreende como família apenas a união entre homem e mulher. Esses projetos se coordenam com outras iniciativas que retiram direitos coletivos, como o PL da terceirização; a redução da maioridade penal; a PEC 215, que inviabiliza a demarcação de terras indígenas e quilombolas; e o Código da Mineração.
A ação para depor a presidente Dilma é parte dessa mesma avalanche e hoje é a pauta dos setores poderosos da sociedade. Assim, defender o mandato da Presidenta Dilma Rousseff é defender a democracia, o voto popular e a participação para além de outros interesses dos grandes grupos privados que imprimem sua agenda no Congresso Nacional.
Em todo o continente latino-americano, o imperialismo atua para desestabilizar governos progressistas, e o processo do impeachment no Brasil é parte disso. Nos somamos às demais forças populares na defesa da legalidade do mandato da presidenta, entendendo que contra ela não há acusações que justifiquem o processo.
Não admitiremos nenhum golpe em nosso país. Nós mulheres sabemos que na ausência da democracia o que impera é o autoritarismo e a violência contra os setores marginalizados, contra os movimentos sociais e organizações. Nós temos visto (e vivido) que conservadorismo rima com autoritarismo. Não é coincidência que os que hoje lideram o golpe contra a presidenta Dilma são os mesmos que tem se empenhado contra os direitos das mulheres. Mas, Bolsonaros, Felicianos e Cunhas não nos intimidarão.
Sobre o Dep. Eduardo Cunha pesam sérias denúncias de corrupção, resultado das investigações da Operação Lava-Jato. Ele tem jogado com sua posição de presidente da Câmara para “barganhar sua absolvição”. Exigimos a imediata saída de Eduardo Cunha da presidência da Câmara dos Deputados. Ele é inimigo das mulheres e de todo o povo, comprovadamente corrupto e abertamente golpista. Nós da Marcha Mundial das Mulheres dizemos em alto e bom som: Fora Cunha!
A defesa da democracia implica em fortalecê-la e ter políticas geradoras de igualdade. A atual política econômica está muito distante disso e tem promovido o desemprego, mantendo taxas de lucro funcionais ao grande capital promovendo a concentração de renda. É preciso radicalizar na democracia e viabilizar espaços de participação direta. O mandato da presidenta Dilma não se viabilizará somente nos corredores do palácio, mas nas ruas e no diálogo aberto com os setores da sociedade que estão em luta por direitos.
No dia 16 de dezembro, às 17h, no vão livre do MASP, estaremos todas num grande bloco feminista em aliança com as demais forças progressistas, em todo o Brasil, contra o impeachment, pelo Fora Cunha e por outra política econômica!
Estamos em Marcha, seremos livres!
Marcha Mundial das Mulheres