Mulheres de Pernambuco realizam Formação e Feira da Economia Feminista como parte das atividades da 6ª Ação Internacional no estado
15/08/2025 por @admin
As mulheres debateram os temas que atravessam nossas lutas contra as guerras e contra o capital, pela vida das mulheres e dos povos
Entre os dias 30 de maio e 1º de junho, a MMM PE e o Centro Feminista 8 de Março (CF8) realizaram, em Pernambuco, mais uma turma da Escola de Formação Feminista. Reunimos mulheres do campo, da cidade, do Agreste e da Região Metropolitana do Recife para três dias de muita troca, aprendizado e fortalecimento das lutas nos territórios.
Falamos sobre feminismo popular, economia feminista, divisão sexual do trabalho, agroecologia, soberania alimentar, bem viver e resistência. A formação fez parte do projeto “Construindo Alternativas para Autonomia” e contou com a presença de vários coletivos e grupos organizados. As oficinas foram conduzidas por Adriana Vieira e Gaby Souza, técnicas do CF8, com debates conectados à realidade de cada participante. Encerramos com a Feira Estadual, já em preparação para a 6ª Ação Internacional da Marcha Mundial das Mulheres.
Ainda dentro do calendário de atividades da 6ª Ação, no dia 1º de junho de 2025, na Praça 13 de Maio, no Recife (PE), a Feira da Economia Feminista reuniu militantes da capital e da região Agreste de PE. Foi um espaço de mobilização para denunciar o sistema que expropria nossos corpos, nossos territórios e nosso trabalho.
A companheira da MMM em Pernambuco, Andrea Butto, explica que o capitalismo patriarcal e racista se sustenta a partir da invisibilização dos cuidados, da destruição da natureza e da precarização da vida.
Durante a Feira da Economia Feminista, as militantes organizaram um carrossel de experiências para as mulheres apresentarem suas práticas de resistência, cuidado coletivo e soberania alimentar em seus territórios. Andrea Butto sinalizou que o objetivo foi “trazer, discutir e mostrar na prática, nas nossas vivências, nos processos de resistência, como se dá a construção as alternativas ao capitalismo, ao racismo, ao patriarcado, com conexões que buscam valorizar o trabalho das mulheres e torná-lo coletivo”.
A companheira Carmem Solange, de Paulista (PE) compartilhou que, na economia feminista, o trabalho alcança outra relação: “a gente escolhe nosso trabalho, desde o que vamos fazer, ao horário; é um trabalho mais humanizado, diferente do capitalismo, que nos escraviza e nos oprime”.
O encerramento aconteceu com a força cultural: coco de roda e ciranda, reafirmando que nossa luta também é corpo, memória e celebração. Seguimos em movimento. A libertação das mulheres é inconciliável com a existência do capitalismo. Marchamos afirmando a economia feminista como prática e proposta política de ruptura: colocamos a sustentabilidade da vida no centro, e não o lucro.
Confira os vídeos produzidos pelas comunicadoras Emily Avelino (RN), Karina Lins (PE) e Leandra Arruda (PE):