TERRA, VIDA E DEMARCAÇÃO JÁ!
O povo Guarani Kaiowá aguarda há quase 20 anos pelo acesso de Nhanderu Marangatu, município de Antônio João (MS). A terra indígena já está homologada, mas se encontra em disputa judicial pela família R. e S., respaldada pela tese do Marco Temporal.
A família R. e S. argumenta que, a despeito da tese do Marco Temporal ter sido julgada inconstitucional pelo STF, é necessário o trânsito em julgado da decisão (quando o caso é finalmente arquivado e não há mais quaisquer possibilidades de disputas judiciais).
No esforço de reprodução da vida, mães e avós indígenas sofrem violência direta ou indireta de ações policiais e são elas que têm adoecido neste processo.
Para além do genocídio perpetrado pelos aparelhos estatais, as mulheres sofrem as violências estatais imputadas pela arbitrariedade da polícia e a discriminação de uma sociedade adestrada para o desrespeito aos povos indígenas.
O MS é o estado que lidera exponencialmente o acolhimento de crianças e jovens indígenas, sem amparo nenhum para que as famílias possam sair da situação em que foram colocadas.
Esse é o estado de Mato Grosso do Sul, que executou brutalmente Neri Ramos, ao lado do enteado de apenas 11 anos. Assim como Simeão Vilhalva, Dorvalino Rocha e Marçal de Souza, Neri foi assassinado na busca de uma terra sem males em Nhanderu Marangatu.
A MMM acompanha historicamente a luta das companheiras irmãs indígenas que vivem em Mato Grosso do Sul, e mais uma vez manifesta a sua repulsa pela forma como o Estado, através do parlamento, do executivo e do poder judiciário, vem tratando os povos originários, suas crianças e as mulheres.
Seguiremos em marcha, até que a Demarcação das Terras Indígenas dos povos Guarani Kaiowá seja uma realidade em Mato Grosso do Sul.
A terra é a vida e as vidas indígenas importam para todas nós!