Atenção: este é um texto em construção que tem contado com atualizações enviadas pelas militantes referentes nos estados em que a MMM se organiza. Se você sentiu falta de alguma informação ou quer fazer sugestões e complementações no texto, entre em contato com o Coletivo de Comunicadoras da MMM.
Os processos que envolvem o 8 de março, Dia Internacional de Luta das Mulheres, neste ano, tomaram proporções ainda mais importantes para a articulação e fortalecimento das lutas das mulheres ao redor do mundo. Iniciamos oficialmente a 6ª Ação Internacional da Marcha Mundial das Mulheres (MMM) neste 8 de março.
Com o lema “Marchamos contra as guerras e o capitalismo! Defendemos a soberania dos povos e bem viver!” a MMM posiciona seu feminismo popular internacionalista e antisistêmico em defesa da vida. Queremos um mundo em que todas as relações, sociais, econômicas, políticas e culturais, entre humanos e a natureza, que coloquem a vida no centro.
“As guerras conectam muitas dimensões da crise, pois envolvem política, economia e natureza. Mais além, a banalização das mortes causada pela militarização escancara o aprofundamento do conflito entre o capital e a vida, há muito apontado pela Marcha Mundial das Mulheres. Assim, fica cada vez mais evidente que a organização do capital, para sustentar suas estruturas, relações de poder e parâmetros de acumulação, são incompatíveis com a vida: não apenas uma vida digna, que valha a pena ser vivida, mas também a vida em seu sentido mais literal”. Semanas atrás publicamos uma importante reflexão sobre a conjuntura nacional e internacional, fruto do debate da última reunião presencial da MMM Brasil em novembro do ano passado. | Se você ainda não o acessou, recomendamos muito sua leitura, clique aqui.
Em fevereiro começamos nosso aquecimento para a 6ª Ação em defesa da autodeterminação dos povos e em solidariedade às nossas companheiras do Saara Ocidental, mas também à todas as mulheres e populações que têm sofrido com a intensificação dos conflitos armados e militares, como na Palestina, na República Democrática do Congo, no Sudão, e também aqui nos territórios indígenas, tradicionais, nas favelas e comunidades em todo o Brasil.
O portal Capire também marcou este momento de lançamento da 6ª ação Internacional com a publicação da Galeria de Cartazes pela autodeterminação dos povos e libertação do Saara Ocidental, que foi exposta em Tindouf, na abertura da 6ª Ação que reuniu representantes da MMM das 5ª regiões em que a MMM se organiza no mundo. | Clique aqui para conferir e também baixar os cartazes!
No Brasil: Articulação Nacional de movimentos e organizações para 8 de março de 2025
Aqui no Brasil, o 8 de março neste ano também contou com um processo de articulação nacional do 8 de Março que envolveu diretamente mais de 40 organizações e movimentos feministas e de mulheres do nosso campo popular. O mote nacional “Mulheres em defesa da democracia, por trabalho digno, legalização do aborto, reparação e Bem Viver! Contra o fascismo e o racismo!” se desdobrou em um manifesto nacional que teve 78 assinaturas de entidades nacionais, estaduais e locais, e peças complementares de mobilização como cards e um vídeo com registro de memórias dos movimentos e organizações envolvidas.
Para a Coordenação Executiva da MMM, foi um processo importante porque agregou mais organizações e movimentos do que em momentos anteriores, principalmente uma ampliação de movimentos de mulheres negras, com maior protagonismo dessas organizações. Outro ganho do processo foi a elaboração do manifesto comum que explicita as nossas pautas, e agora ficamos com o desafio de que essa articulação nacional também possa se refletir na interlocução com o Estado, com o governo Lula, com as políticas e ministérios de forma geral, e também no fortalecimento desta articulação de organizações e movimentos ao longo do ano todo.
Nas ruas, redes e roçados: as construções da MMM nos estados e núcleos territoriais
As reuniões estaduais e locais para a construção do 8 de março e também para início das atividades da 6ª Ação Internacional começaram desde o final do ano de 2024. Reuniões organizativas, rodas de conversa, oficinas de materiais, feiras de economia solidária, intervenções de rua, ensaios da batucada, cines debate, reuniões com organizações e frentes aliadas como da articulação nacional e Frente Brasil Popular, entre outras atividades marcam estes processos que se juntam aos atos simbólicos e mobilizações de rua no 8 de março.
A MMM esteve envolvida em mobilizações em 39 territórios de 20 estados do país, e registramos abaixo alguns relatos e fotos das atividades em que a MMM esteve construindo e/ou participando.
A lista está organizada por estado:
Alagoas (AL)
As mulheres alagoanas chegaram às ruas do 8 de março em Maceió, na Av. Amélia Rosa. Em dezembro de 2024 deram o pontapé inicial do estado para construção de um calendário de lutas diversificado, potente, unificado e coerente com as demandas da região. Reuniões, rodas de conversa, formação, ensaios e oficina de materiais, e blocos de carnaval denunciando a violência machista, como no bloco do Pinto da Madrugada levando a alegria feminista com sombrinhas onde escreveram frases do tipo “Não é Não!”, “Não me Toque”, “Eu não me calo”, como compartilhou a companheira Edna Nobre. Com o encaminhamento de unificar a luta das mulheres no estado, iniciaram um chamado coletivo para construção do 8 de março. As plenárias contaram com a participação de mulheres representantes de diversos sindicatos, movimentos de mulheres, movimentos sociais mistos, de ONGs e coletivos feministas, do movimento estudantil e demais organizações da sociedade civil. Dessa forma (re)construíram a Frente Feminista de Alagoas, espaço de organização para reunir todos os movimentos de mulheres do estado. Neste caminho é importante destacar também que a MMM Alagoas ganhou mais um núcleo no último semestre, o Núcleo da MMM da Universidade Federal de Alagoas – UFAL que iniciou suas atividades em outubro de 2024. “Acreditamos que o fortalecimento da luta feminista em Alagoas passa pela construção coletiva e pela união de forças. Por isso, a organização do Dia Internacional de Luta das Mulheres em nosso estado tem sido um processo conjunto, reunindo diferentes vozes e pautas. Para ampliar o alcance das ações e fortalecer ainda mais essa mobilização, unimos esforços com diversas organizações feministas na Frente Feminista de Alagoas. Por direitos, justiça e equidade”, afirmam as marchantes de Alagoas.
Clique aqui e confira o Instagram da MMM Alagoas: @mmm_alagoas




Amapá (AP)
Em Macapá, a MMM participou no dia 8 de março da cerimônia de entrega e reinauguração do Centro de Referência em Atendimento à Mulher (Cram) de Macapá, importante equipamento público. Um conjunto de movimentos sociais e organizações de mulheres fizeram parte deste momento, segundo a companheira Maria Madalena. Também no dia 14 de março, a MMM esteve na atividade de entrega de um observatório de enfrentamento à violência contra a mulher, e na atividade convocada pela Marcha das Mulheres Negras, processo que está sendo construído rumo à 2ª Marcha das Mulheres Negras que acontecerá em novembro no Distrito Federal. Para Madalena, devido aos desafios organizativos tem sido importante construir espaços e atividades junto à outros movimentos e organizações. Também no dia 28 de março acontece uma roda de conversa sobre o dia 8 de março no diretório do Partido dos Trabalhadores (PT) da região.
Amazonas (AM)
Em Manaus as articulações se deram por meio das reuniões do Fórum Permanente de Mulheres de Manaus onde que é composto por vários movimento de mulheres, movimento feminista entre os quais e nós já estivemos juntas durante todo o processo de articulação, como compartilha a companheira Elisiane Andrade. Com o mote: “O medo não vai nos parar. Mulheres da Amazônia em defesa da vida e dos territórios”, a MMM esteve responsável pela feira de economia solidária e da articulação cultural junto com organizações e mulheres da economia solidária e de cultura, além da animação do ato no carro de som. O ato aconteceu no dia 8 de março às 15 horas, com concentração na Praça da Matriz e saída da caminhada às 16h com destino à Praça do Largo onde aconteceu o Ato Cultural e também a feira de empreendimentos das mulheres. “Um momento simbólico e muito importante do ato foi o encontro com as mulheres indígenas. Num determinado trecho da caminhada chegamos numa esquina em que o movimento das mulheres indígenas, que também compõem o Fórum Permanente de Mulheres de Manaus, se cruzam com os outros movimentos feministas e de mulheres”. Para as companheiras de Manaus, este ano foi possível visibilizar mais o movimento, com mais mulheres interessadas em construir o feminismo da MMM.
Em Parintis, município do Baixo Amazonas, “neste ano, apesar da chuva intensa que caiu em Parintins, nós, mulheres, não desistimos. A programação estava prevista para acontecer de manhã, mas por conta da chuva, conseguimos realizar a tarde. Nos reunimos em frente a Catedral com aproximadamente umas 200 pessoas, incluindo mulheres e homens”, algo que consideraram muito importante, como contou Fátima Guedes da MMM Parintins. A companheira aproveita para recuperar a memória de quando, em 2005, o movimento Articulação Parintins Cidadã conheceu a MMM no Fórum Social Mundial de Porto Alegre. Acontecimento que inspirou e iniciou o núcleo da MMM no município. Desde 2019 o lema do 8 de março em Parintins é: “8 de março fechado, a gente faz feriado!” porque parte do entendimento das organizações de mulheres de que é importante para a vida das mulheres que o 8 de março seja referendado como feriado. “Somos nós que produzimos esta economia, na maioria das vezes invisibilizadas, somos marginalizadas, então nós temos esse direito” complementa. Este processo envolve fazer luta na Câmara Municipal, mesmo com tentativas de silenciamentos e invisibilização das ações do 8 de março por parte do governo.




Bahia (BA)
Na capital, Salvador, o ato aconteceu na tarde do dia 8 de março com concentração no Morro do Cristo, região da Barra. As mulheres ocuparam as ruas para afirmar: “Vivas, livres e sem medo: Mulheres pelo fim do feminicidio, pelo direito a cidade e pelo bem viver!”. Mais um vez a Marcha Mundial de Mulheres Bahia estava mobilizada, fortalecendo para a 6ª Ação Internacional 2025. Fomos do Morro do Cristo ao Farol da Barra batucando e lembrando que nossa luta é todo dia!
Clique aqui e confira o Instagram da MMM Bahia: @mmmbahia
Ceará (CE)
No Ceará a MMM coordenou a construção do 8 de março unificado em conjunto com outras organizações e movimentos que compõem as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo. O ato em Fortaleza foi no período da manhã e com concentração na Praça da Bandeira. “Com forte protagonismo, conseguimos imprimir muito da nossa marca e presença em todo o processo contribuindo com os debates e análise de conjuntura, definição do mote e do formato do Ato, garantindo um alinhamento com nossa perspectiva de construção do feminismo” compartilha nossa companheira Raquel Viana. As marchantes cearenses avaliam que a MMM teve uma “boa presença e visibilidade coordenando o Ato, com a nossa batucada, identidade visual e com o lançamento da 6ª Ação Internacional. A Marcha sai fortalecida, aprofunda relação com aliados importantes como a CUT, por exemplo. “Avançamos com a politização do processo disputando com um setor que nos últimos anos foi hegemônico com uma perspectiva rebaixada e muito despolitizada”. Concomitante ao processo de organização do 8 de Março, a Marcha Ceará realizou o seu primeiro seminário estadual do ano, onde reuniu mais de 50 mulheres do interior a capital, mulheres indígenas, representação do MST, da Associação Cearence de Mulheres Indígenas, Casa Chiquinha Gonzaga e Secretaria de Mulheres da CUT, reafirmando a nossa aliança e o convite para a construção da 6ª Ação Internacional, assim como realizando um processo formativo e de planejamento das nossas ações.
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Distrito Federal e entorno (DF)
Em seu 9º ano de construção unificada entre movimentos de mulheres, movimentos sociais mistos, organizações sindicais e partidos políticos, as mulheres do Distrito Federal e Entorno realizaram uma potente marcha neste 8 de março. A construção contou com 5 plenárias amplamente convocadas, onde foram construídos com grande esforço de todas os consensos necessários para a realização do ato e marcha unificados. Entre os principais consensos está o mote do 8 de Março Unificadas DF e Entorno – Ainda estamos aqui! Pela vida de todas as mulheres, contra o machismo, o racismo e o fascismo! Sem anistia! – e o manifesto de 2025, que pode ser lido clicando aqui. Na programação foram priorizadas atividades culturais, entre elas rodas de capoeira e apresentações de batuqueiras, e falas dos movimentos que participam da construção. As atividades do 8 de março começaram as 13h na Torre de TV em Brasília, e a MMM esteve presente e na sua intervenção apresentou a 6ª Ação Internacional, apontando a necessidade de fortalecer a luta das mulheres em todos o mundo, em especial na defesa da paz, pela vida das mulheres palestinas e saarauís. Durante o ato, que foi puxada pelo grupo de percussão de mulheres Batalá Brasília, levamos a faixa com o mote da 6ª Ação Internacional.
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Espírito Santo (ES)
Em Cariacica as mulheres foram às ruas “PELO FIM DAS VIOLÊNCIAS CONTRA AS MULHERES! PELO NOSSO DIREITO DE VIVER” na Praça de Campo Grande. Marcharam pelo fim das violências que afetam cotidianamente as mulheres do Espírito Santo! Até que todas sejamos livres!
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Maranhão (MA)
Em São Luís a concentração do ato foi pela manhã no dia 8 de março na Praça Deodoro com a presença forte de mulheres da MMM de 3 territórios do estado. As mulheres saíram em marcha pela Rua Grande até a Casa do Maranhão, onde aconteceu o Ato público. O processo contou com 3 reuniões presenciais e uma online para trabalhar momentos de formação com os eixos temáticos nos territórios. Para a companheira Dika Melo, “a nossa mobilização em São Luís foi muito positiva, mesmo com o carnaval no meio. Nossa companheira Márcia Maria da MMM fez uma fala de lançamento da 6ª Ação Internacional durante o ato que também contou com boas articulações em parceria”. Após o ato as mulheres realizaram um almoço coletivo no Centro de Referência da Economia Solidária e encerraram o dia com uma oficina de bonecas, ministrada pelo grupo Gume. Além disso a MMM está envolvida em atividades de formação como rodas de conversa e oficinas em comunidades dos territórios do Alto Turiaçu, localizado na Amazônia Legal, noroeste do Estado do Maranhão. As atividades contaram com a presença de mulheres de várias idades para falar sobre as lutas das mulheres, a importância do 8 de março e também da 6ª Ação da MMM. “Contra as transnacionais, em defesa do bem comum, contra o militarismo, contra o racismo e pelo bem viver” conta Dika. Para as marchantes maranhenses há tempo que as atividades do 8 de março não aconteciam de forma tão positiva articulada. Em breve as mulheres se reunirão para encaminhar a agenda do estado nas atividades da 6ª Ação Internacional.




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Mato Grosso do Sul (MS)
Na tarde do dia 8 de março as mulheres de Campo Grande se reuniram no ato “ENTERRO DO PATRIARCADO – Pelo fim das violências contra as mulheres!” na Plataforma Cultural. As Militantes da MMM estiveram nas ruas em parceria com as companheiras que integram a Coletiva Feminista Sempre Vivas. Marchamos, batucamos e cantamos pelo fim do patriarcado e de todas as formas de violência contra as mulheres. Basta de feminicídio! Participaram também as ciclistas da Bici nos Planos/MS que lutam para que a cidade seja mais democrática, sustentável e segura para as mulheres.
A ação foi construída em conjunto com as Sempre Vivas, realizando oficinas de batucada ao longo do mês de fevereiro e articulando com o Comitê de Cultura Estadual a nossa participação em três blocos de Carnaval de rua que estariam no dia 8 no “enterro dos ossos”. A intenção é manter essa nossa participação nos próximos Carnavais. Além disso as companheiras do MS celebram a chegada de duas marchantes no Conselho Estadual dos Direitos da Mulher de Mato Grosso do Sul para o triênio 2025-2028. A companheira Jamille Augusta Weiss Penteado de Freitas, da Marcha Mundial das Mulheres de MS está compondo a presidência e Fabiana Machado está como suplente.
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Minas Gerais (MG)
Em Minas Gerais, as principais pautas levadas pelas mulheres em 9 cidades do estado tem a ver com a redução da jornada de trabalho, contra as privatizações das estatais em Minas Gerais, Cemig, COPASA, da educação e do SUS, contra o governo Zema e com o pedido de prisão de Bolsonaro e sem anistia para os golpistas. E mesmo com 8 de março acontecer durante o feriado do carnaval, fazendo com que estes sejam mais esvaziados, as marchantes de Minas avaliam que um ganho importante foram os atos e atividades que aconteceram em cidades menores, como Simonesia e Araxá como contou a companheira Bernadete Esperança. Em Belo horizonte a MMM marcou presença no ato do dia 8 de março na Praça Afonso Arinos junto com outros movimentos populares, levando nossos símbolos e propostas políticas desta 6ª Ação Internacional. “Mesmo em Uberlândia em que as forças políticas manifestaram o receio por fazer um ato de rua, nossas companheiras da MMM foram às ruas no dia 8, protagonizaram e chamaram outras organizações para compor; Isso também reflete o processo organizativo prévio, foram muitas reuniões e uma plenária estadual que contribuíram para as companheiras então pudessem retornar para os municípios e colocassem forças neste tipo de construção; As companheiras também dizem o quanto isso foi importante para criar mais referência em outras mulheres”, compartilhou Bernadete.
Em São João Del Rei a MMM construiu no dia 8 de março uma atividade de formação e troca de saberes na escola Idalina Horta Galvão, no bairro Senhor dos Montes. A partir da Economia Feminista, um dos eixos temáticos da 6° Ação Internacional o encontro reuniu mulheres agricultoras, artesãs, professoras, estudantes, costureiras, bordadeiras, artistas, mães, avós, filhas, domésticas, manicures, doulas, cuidadores, articuladoras, militantes, atípicas, produtoras, solidárias, curandeiras e muitas outras, todas juntas em roda. “Percebemos na fala de todas quantas história tem atrás de um olhar, quantas lutas e quanta vidas podemos transformar. Ouvir e poder contar nossas histórias, rompendo com silenciamentos é muito importante. Podemos ouvir histórias de mulheres que fazem a diferença no bairro Senhor dos Montes e em outros territórios, mulheres que já fazem uma outra economia acontecer”, compartilharam as companheiras. Estiveram presente mulheres de 14 organizações locais como associações, pastorais, fóruns e coletivos que atuam na agroecologia, economia solidária, trabalho com crianças adolescentes, juventudes e pessoas autistas. A programação ainda contou com a Feira das Mulheres, Cirandas das Crianças, lanche e muita música boa com o Forró Pagã.
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Pará (PA)
No Pará, as companheiras ressaltam que desde o início o processo foi marcado pela construção coletiva, junto com diversos movimentos e organizações através da Frente Feminista, segundo a companheira Vanessa Portal. No ato do dia 8 que teve início de manhã na região comercial do Ver-o-Peso, em Belém, as mulheres denunciaram as diversas violências que seguimos enfrentando, exigindo políticas públicas efetivas, afirmando que não aceitaremos retrocesso nos nossos direitos. Isso se deu pelas escutas e articulações nas reuniões organizativas, “na busca de construir um 8 de março que refletisse essa diversidade das nossas pautas, das nossas lutas, pois somos mulheres negras, indígenas, periféricas, quilombolas, trabalhadoras e tantas outras que fazem do movimento feminista este espaço de resistência e transformação”, enfatiza a companheira. As marchantes paraenses sentem os desafios pois acabam de sair de um processo intenso de enfrentamento e luta pela educação no estado, onde muitas mulheres participaram ativamente da ocupação que ocorreu na Secretaria de Educação junto com os movimentos indígenas em defesa da educação indígena ribeirinha, pela revogação da lei nº 10.820 – que permitia a substituição das aulas presenciais por aulas virtuais nas escolas indígenas do estado – luta que foi alcançada em fevereiro depois de semanas de resistência e ocupação. “Seguimos firmes porque sabíamos da importância desse momento para a luta feminista aqui no estado, luta que se dá no decorrer do ano inteiro. Neste sentido, fomos ousadas, decidimos fazer um trajeto que ainda não tinha sido realizado anteriormente, lá no Ver-o-Peso. Foi um ato potente, não teve uma participação tão expressiva como gostaríamos mas as ruas se encheram de cor, de voz, de resistência com muitas faixas, cartazes, palavras de ordem, muita energia. A luta é coletiva, segue viva, pulsante e necessária para nossa sociedade”, completa Vanessa.
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Paraná (PR)
Em Curitiba, desde a sexta-feira, dia 7, as marchantes estiveram na sede da APP MetroNorte preparando os materiais para o ato no dia seguinte. A Marcha Mundial das Mulheres compõem a Frente Feminista de Curitiba, Região Metropolitana e Litoral, articulação que organizou o ato do 8 de março. O 8 de março de Curitiba percorreu o centro da cidade com pautas como trabalho digno, autonomia sobre corpos e territórios e combate à fome, ao fascismo e às diversas formas de opressão de gênero. A concentração começou às 10h na Boca Maldita, ao lado da estátua da engenheira Enedina Alves. “Nós marchantes formamos um bloco e seguimos juntas até a Praça da Mulher Nua, no Centro Cívico, com nossa fuzarca feminista que não parou um minuto, fizemos revezamentos e seguimos juntas em todo o trajeto. Ecoou nas ruas de Curitiba gritos de luta, solidariedade e liberdade ATÉ QUE TODAS SEJAMOS LIVRES!” compartilhou a companheira Giovana Viola.
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Pernambuco (PE)
Em Pernambuco a articulação estadual para o 8 de março começou em dezembro, juntando as marchantes de Recife e região metropolitana e a Marcha Agreste. Na ocasião já se articularam em torno da agenda pra 2025 tendo como base nossa 6ª Ação Internacional.
Em 18 de fevereiro os núcleos Recife e Paulista articularam o pré lançamento da 6ª Ação Internacional dia 18 de fevereiro junto com movimentos aliados: MST, CUT, MTC, MMTR. E rumo ao 8 de março realizaram virtuais semanais e presenciais a cada 15 dias. Diferente dos anos anteriores, como contou a companheira Betânia Pessoa, as mulheres foram às ruas no dia 8 de março em Olinda, no formato de bloco de carnaval, e não do centro do Recife, levando uma linda faixa de 5 metros, confeccionanda pelas mulheres com o lema da 6ª Ação Internacional, assim como estandartes e pirulitos. A criatividade não parou por aí e elas também criaram uma réplica de uma tenda, símbolo da 6ª Ação. Além disso levaram a nossa batucada e um cancioneiro bem diverso. Durante o ato a companheira Sheila Samico fez uma fala reafirmando o lema: Marchamos contra as guerras e o capitalismo! Defendemos a soberania dos povos e o bem viver! As principais pautas levantadas no ato foram: Fim da escala 6×1; Criança não é mãe!; Soberania alimentar; Sem anistia para golpistas; Legalização do aborto seguro em todas as estâncias; Em defesa do bem viver.
Em Caruaru, região Agreste, as mulheres saíram no dia 15 de março pela manhã com o ato-bloco que completou 8 anos este ano: “Nem cá mulesta! Contra o machismo, racismo e privatização! Pela VIDA das mulheres!” em frente ao Grande Hotel. A caminhada em bloco junto a diversos movimentos e organizações populares. O ato é construído pela Frente Feminista do Agreste, que reúne sindicatos, partidos e movimentos auto organizados, mistos, de mulheres, nacionais e também territoriais. Foi um processo que começou sua construção na última semana de janeiro e teve participação de cerca de 300 mulheres, um número positivo para a realidade de Caruaru, como avalia a companheira Renata Villa Nova da MMM Caruaru. A MMM contribuiu no debate proposto pela 6ª Ação Internacional contra as privatizações e as transnacionais. “Aqui em Pernambuco estamos enfrentando um governo que quer privatizar a COMPESA, órgão que está em disputa e é responsável pelo saneamento e abastecimento de água no estado. Enquanto desafios vemos a necessidade de ampliar a mobilização entre mulheres que não necessariamente estejam organizadas e vinculadas a organizações” compartilha Renata. As marchantes do Agreste de Pernambuco avaliam que o ato foi muito bonito e festivo: “a gente sai do carnaval de Pernambuco e mantém a nossa luta com a maestria e alegria do carnaval, e colocando como um instrumento político de denúncia”. As companherias também realizaram um processo de oficinas para confeccionar os estandartes e para a batucada. Outro fator importante é que o encontro estadual do MST que estava acontecendo previamnete culminou no ato, juntando também essa dimensão de formação e mobilização dos movimentos populares.




Rio de Janeiro (RJ)
Na capital do RJ as mulheres organizaram um ato unificado com concentração às 16h na Candelária, rumo à Cinelândia. Estiveram presentes organizações e movimentos sociais feministas, partidos políticos, parlamentares de esquerda, palhaças em memória de Julieta Hernández, mulheres pernaltas e toda a diversidade das mulheres cariocas. A MMM mostrou a sua força novamente levando para a rua a batucada feminista, com mais de 50 mulheres batucando ao longo de todo o percurso.
A MMM também marcou presença nas atividades do 8 em Niterói, Nova Iguaçu e Angra dos Reis. Em Campos dos Goytacazes, cidade do norte fluminense, o dia internacional de luta das mulheres aconteceu no dia 14 de março.
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Rio grande do norte (RN)
Em Natal foi realizada uma macha do monumento Caju, que fica na entrada da Redinha, até o Mercado Público da Redinha, Zona Norte de Natal. Estiveram presentes cerca 1.000 mulheres de mais de 70 organizações e movimentos locais e nacionais. Em Mossoró tivemos um ato composto por diferentes movimentos sociais que percorreu as ruas do centro da cidade. Mulheres da MMM de diferentes municípios vieram se somar com as suas caravanas. Acesse mais fotos do 8 de março no RN, clicando aqui.
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Rio Grande do Sul (RS)
O 8 de março do Rio Grande do Sul foi marcado pela construção coletiva entre movimentos feministas, sindicais e populares com participação da MMM nos atos em Porto Alegre, Caxias do Sul e na região de Fronteira com o Uruguai, entre Rivera e Santana do Livramento. Cada região expressa no mote as especificidades da luta coletiva nos territórios. O RS constrói seu 8 de Março ainda com as marcas da catástrofe climática, capitalista e negacionista, que engole a esperança, a produção e a reprodução da vida das mulheres. Um processo pautado no enfrentamento à violência contra mulheres e meninas, a sustentabilidade da vida, sendo liderada pelas mulheres e a resistência no esperançar. No afeto, no ser, estar e construir a revolução feminista e popular. “Nos desafiamos a nos reorganizar, aproximamos novas companheiras, jovens, de movimentos de trabalhadoras, e reaproximamos companheiras que a dinâmica da vida distanciou, ou mesmo a distância seguem contribuindo e fortalecendo a luta!”, compartilha a companheira Drika Cordonet.
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Santa Catarina (SC)
Em Santa Catarina, a companheira Tânia Slongo compartilhou sobre as diversas atividades de articulação, mobilização e formação pelo estado, como Blumenau, Lages e Florianópolis. Na capital os movimentos feministas se somaram em torno da luta por “Sônia livre!”,exigindo a libertação imediata de Sônia Maria de Jesus, uma mulher negra e surda que há 40 anos vem sendo escravizada na casa de um desembargador do Tribunal de Justiça de Santa Catarina. Aconteceram rodas de conversas sobre vários temas e a MMM participou ativamente na organização dos atos, da batucada feminista com nosso cancioneiro, sempre com visibilidade. Neste processo de construção ganhamos algumas companheiras, e em Blumenau recebemos através da companheira Marilei, uma homenagem à batucada feminista, o que destaca a importância desse movimento que ecoa resistência, luta e igualdade no estado.
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São Paulo (SP)
No estado de São Paulo a agenda de atividades em preparação para o 8 de março começou a ser organizada já no final de 2024. Foram formações, reuniões locais, estaduais, oficinas, rodas de conversa, sarau, cine debates, entre outras atividades preparatórias. Para a MMM o 8 de março é sempre um momento de crescimento e fortalecimento em seu processo preparatório. As ações descentralizadas, a formação, a agitação e propaganda que cada núcleo organiza. Neste ano as companheiras do estado de São Paulo puderam ver isso acontecendo desde Ubatuba, passando pelo ABCDRR, Osasco, Guarulhos, nos diversos núcleos da capital, nas regiões de Campinas e Vale do Ribeira, chegando também a Ribeirão Preto.
Em Campinas o processo organizativo contou com mulheres tanto de Campinas, cidade em que acontece o ato unificado regional, como das outras cidades do entorno. A companheira Lurdinha compartilhou sobre o papel importante da MMM no processo organizativo por sermos uma referência para o movimento de mulheres. “Decidimos no conjunto do Comitê de Mulheres por Democracia, onde articulamos o movimento de mulheres da cidade e decidimos por esta agenda, 3 plenárias, 2 oficinas e nossa participação nos blocos de carnaval do ‘Vai Pra Cuba!’ com quem fizemos uma parceria muito importante. Fizemos uma oficina com as ritmistas do bloco para elas conhecerem nossas músicas e firmamos um compromisso de que elas estariam conosco no 8 de março numa grande batucada de mulheres” conta a companheira. O ato que aconteceu na manhã do dia 8, no Largo do Rosário, contou com falas importantes de lançamento da 6ª Ação Internacional, com o bloco de carnaval “Vai Pra Cuba” batucando as palavras de ordem da MMM, performances artísticas e distribuição de material, nossas faixas e estandartes visíveis para todo mundo. A avaliação é de que o 8 de março deste ano foi maior e mais potente, com ótima visibilidade para a MMM e com a chegada de novas militantes, além de agitar ainda mais para as atividades que ainda virão neste calendário da 6ª Ação, como formações, brechós, reuniões e muito mais. “Um ganho por como aparecemos, como a gente desempenhou o nosso trabalho, pela força dos nossos materiais, da nossa presença, das nossas palavras de ordem, da nossa organização”.
Na capital, São Paulo, o ato unificado reuniu mais de 15 mil mulheres e 70 movimentos, partidos e coletivos para organizar o ato. Percorrendo do vão do MASP até a Praça Oswaldo Cruz, na Av. Paulista. Legalização do aborto, reorganização dos trabalhos de cuidado, fim da escala 6×1, da violência machista e racista contra os corpos e territórios, fim da violência policial, contra o racismo e o fascismo, sem anistia para golpistas e prisão para Bolsonaro, foram os as reivindicações levantadas. Também no dia 16 de março as mulheres da MMM estiveram construindo um ato no Jardim Miriam, zona sul, com falas e panfletagem em conjunto com outros movimentos. Segundo a companheira Fátima Sandalhel foi um avanço conseguirem manter o ato no próprio dia 8, apesar do carnaval. Também avalia o avanço da ideia de organizar um bom processo de avaliação e pensar uma dinâmica de articulação das mulheres de forma mais permanente, que atue para além do 8 de março. Nacionalmente já demos passos neste sentido com a articulação do Manifesto Feminista como pontua a companheira. Mas temos enquanto desafios centrais manter isso ao longo do ano, converter o manifesto numa plataforma de ação que desça para o estado, além de melhorar, fortalecer a interlocução no interior do nosso campo político (Frente Brasil Popular). “O nosso bloco este ano estava grande, refletindo o processo de mobilização intenso, Foram rodas de conversa, cines, ensaios da batucada, panfletagens, tudo isso culminando na presença no ato. Contamos com a presença das companheiras da maioria das regiões onde estamos organizadas. Caprichamos também na ornamentação, itens produzidos em diversas oficinas de materiais que antecederam o ato, da batucada e das demais marchantes”, compartilha Fátima.
Já o ato regional do ABCDRR, região que engloba os municípios de Santo Andre, São Bernardo, São Caetano do Sul, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, está sendo organizado pela Frente Regional de Enfrentamento à violência contra as mulheres, da qual a MMM faz parte e acontecerá no próximo dia 22 de março em São Caetano do Sul.
Clique aqui e confira o Instagram da MMM São Paulo: @marchamulheressp




Sergipe (SE)
Em Aracaju, capital de Sergipe, o ato foi unificado no dia 8 de março na Praça Fausto Cardoso, com a presença de sindicatos e movimentos sociais. A CUT-SE trouxe o Bloco Siri na Lata para se somar, também a percussão do Baque Mulher – SE, grupo de percussão composto somente por mulheres, e com atuação em todo o Brasil. A MMM-SE teve participação na construção do ato, nas reuniões de quinta-feira à noite, sempre com importância intervenção e representação. Também foi realizada oficina da Batucada Feminista no dia 6 de março na sede da CUT-SE, para relembrar nossas palavras de ordem. A companheira Claudia Oliveira compartilha também que um ponto positivo foi a adesão de novas companheiras com a repercussão nas ruas e “também o compromisso de manter os ensaios para unir as nossas vozes e ampliar a nossa Batucada Feminista. Um bom sinal para o nosso crescimento, algumas empenhadas em adquirir latas e construir instrumentos. E a partir desses encontros para batucar dialogamos sobre nossas agenda de luta”.



Tocantins (TO)
Em breve mais informações.