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Pela aposentadoria e por Lula livre: as mulheres estão em luta permanente

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O mês de março se encerra com um acúmulo de luta política e com uma agenda intensa pela frente. Se iniciou com um carnaval lotado, marcado pelo rechaço ao Bolsonaro e por chamados por Lula livre. Em seguida, o 8 de março, Dia Internacional de Luta das Mulheres, levou centenas de milhares de mulheres às ruas em todo o país. O dia 14 marcou um ano desde o assassinato político de Marielle, e mais uma vez o movimento feminista e negro se mobilizou por justiça em várias capitais. No dia 22, as centrais sindicais e as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo marcaram um dia nacional de mobilização contra a reforma da previdência, com atos e paralisações de categorias.

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A aposentadoria é nossa!

O governo de Bolsonaro tenta deformar a reforma da previdência dizendo que ela cortará apenas privilégios das camadas mais ricas da população, mas isso não é verdade. Ela cortará, isso sim, direitos que garantem uma velhice digna para a população mais pobre no campo e na cidade. Para as mulheres, os danos serão enormes, porque, além de aumentar a idade mínima, também aumenta o tempo mínimo de contribuição – e as mulheres, além de serem a maioria em trabalhos precarizados e informais, têm dificuldade com a continuidade do trabalho por serem responsáveis por muito trabalho doméstico e de cuidados.

Por isso, a reforma da previdência tem sido um tema das mulheres, e a luta contra ela foi o mote central do 8 de março em muitas cidades. Essas lutas têm servido para evidenciarmos como o neoliberalismo é um inimigo das mulheres, pois piora nossas vidas e nos faz trabalhar mais.

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Nesta semana, se cumprirá um ano desde que Lula foi preso injustamente e sem provas. A população, junto com os movimentos sociais e organizações de esquerda, estará nas ruas de todo o país para exigir Lula livre!

Há algumas semanas, o Encontro Nacional Lula Livre reuniu mais de 1200 pessoas em São Paulo. Foi um dia de debate sobre a situação de prisão do presidente Lula, mas, principalmente, sobre o que isso significa na atual conjuntura brasileira e sobre como podemos nos envolver na campanha pela liberdade do presidente Lula. A prisão de Lula e o assassinato de Marielle são temas que expõem hoje as chagas e mazelas de um país que já tinha dificuldades com a democracia e que se afundou mais a partir do golpe. A reivindicação por Lula livre é central para a luta por democracia no Brasil.

O Encontro definiu quatro grandes eixos de atuação: comunicação, organização dos comitês locais, mobilização e cultura. Cada uma de nós podemos nos somar e fortalecer essa campanha nacional por Lula livre, porque é uma campanha das mulheres, da população negra, da juventude. A campanha precisa refletir a diversidade do povo brasileiro e da classe trabalhadora para ser de fato parte do motor propulsor da democracia no Brasil. A luta por Lula Livre é uma luta feminista porque exprime não apenas nossa solidariedade, mas também nossa demanda por poder lutar sem sermos criminalizadas.


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A luta continua

Nós mulheres estivemos a frente das mobilizações contra o golpe, em 2016, e desde antes já denunciávamos a escalada do conservadorismo. Fomos linha de frente da campanha #EleNão, no período das eleições, e estamos todos os dias nos bairros, nas ruas, redes e roçados, em aliança com movimentos populares, para resistir ao neoliberalismo conservador e para construir um mundo de igualdade.

Entre os dias 7 e 10 de abril, estaremos em peso na vigília de Curitiba e em manifestações por todo o país exigindo liberdade para Lula. No dia 24 de abril, faremos uma ação feminista internacional denunciando a exploração e a violência das empresas transnacionais, em memória às trabalhadoras vítimas da queda do edifício Rana Plaza, em Bangladesh, em 2013.

Assim como a Venezuela resiste aos ataques imperialistas de Trump (EUA) e Bolsonaro, nós também resistiremos todos o dias, com solidariedade, luta política e nosso feminismo anticapitalista e antirracista.

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