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Seminário da Frente Brasil Popular: construção de Congresso do Povo e defesa da democracia são ênfase da mesa de abertura

Os objetivos do Congresso do Povo, a análise sobre a conjuntura e nossos desafios foram o centro dos debates que abriram na manhã deste domingo, 25 de março, o seminário da Frente Brasil Popular do estado de São Paulo. Participam do encontro mais de 400 militantes de 80 organizações e 41 cidades do estado. O desafio principal é que a classe trabalhadora tome para si o processo para superar o golpe e construir um projeto popular de nação.

“O Congresso do Povo é um processo e não um evento ou uma atividade. Queremos escutar o povo a partir de nosso ótica sobre quais os reais problemas do país, quem são os responsáveis por eles e quais as saídas”, destacou Raimundo Bonfim, da Central de Movimentos Populares – CMP. “É a Constituição do povo e dos movimentos sociais brasileiros”, completou.
Hélcio Marcelino, da Central Única dos Trabalhadores – CUT SP, enfatizou que a classe trabalhadora está alheia a problemas como as alterações no processo produtivo capitalista, que elimina a mão de obra humana e cada vez mais a embrutece. “Hoje parcela da população não tem medo de dizer que é racista, fascista, misógina. Mídia oculta responsáveis pela piora na vida dos trabalhadores – como a PEC 55, corporações como a Vale ou a reforma trabalhista. Precisamos tocar corações e mentes das pessoas e enfatizar solidariedade, a complacência, a capacidade de ajuda e de se colocar no lugar do outro. O Congresso é fundamental para sair do debate superficial e aprofundar o diálogo com a população”.

A entrega do petróleo e o ataque à soberania nacional foi a ênfase da fala de Carina Vitral, da União da Juventude Socialista – UJS. “O golpe e a Operação Lava Jato tiveram o único objetivo de desmontar as políticas sociais e entregar nossas riquezas. Temer coloca como responsável da crise a camada mais pobre da população e que precisa de direitos sociais. Temos que desmascarar o discurso do Brasil como ‘país da corrupção’ e reecontra história do Brasil, que é de lutas do povo brasileiro contra os interesses privados que tentam se apropriar do Estado”, afirmou.

 

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“Essa crise estrutural dá oportunidade a nós de desvelarmos com o povo o único interesse do capitalismo que é o lucro e que leva ao desespero. A luta cura, a luta salva e ajuda a salvar o povo”, reforçou Gilmar Mauro, do Movimento de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra – MST. “O respeito às nossas diferenças enriquece o debate. Mostramos que queremos estar juntos e construir projeto juntos. A luta de classes exige que tenhamos muitas organizações. Temos que ter paciência e perseverança para organizar milhares de trabalhadores que estão fora e que estão sendo atingidos continuamente pelo discurso da globo e pelo discurso fascista”, acrescentou.
Todas as falas enfatizaram ainda a importância da defesa da democracia e do direito de Lula de ser candidato. Após a mesa inicial, dezenas de lideranças se alternaram com diversas falas que enriqueceram as análises sobre os desafios na construção do projeto para o Brasil. Rosane da Silva, da Marcha Mundial das Mulheres, destacou que o golpe tem sexo e cor. “O conjunto de políticas adotadas pelo governo golpista tem impacto em toda a classe mas é ainda mais brutal sobre a vida das mulhes e da população negra do nosso pais que são a maioria de quem vive na periferia e de quem acessa as políticas públicas de educação, saúde e assistência social. Então, pensar projeto de nação, de construção política para nosso país, significa colocar no centro desse projeto políticas para acabar com o machismo e o racismo, com a pauta das mulheres, da juventude, da população LGBT e antiracista. Não é possível pensar projeto popular sem isso. Começa em nossa casa, em nosso cotidiano, tem que estar no centro da nossa prática e de nosso fazer. Estamos muito animadas na construção desse processo. Tenho certeza absoluta que sairemos com muito mais unidade na esquerda e consciência da classe trabalhadora sobre o que está sendo feito em nosso país de destruição de projeto que construimos. E prender Lula é prender projeto e por isso temos que ocupar as ruas”.

O seminário continua à tarde com a discussão sobre a metodologia do trabalho de base e os congressos municipais, o trabalho em grupo por regiões e a aprovação da carta de convocação do Congresso do Povo.

 

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