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Virada Feminista Agroecológica e Cultural: o encerramento da 4ª Ação Internacional da Marcha no CE e RN de 15 a 17 de outubro

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Desde março deste ano, a 4ª Ação Internacional segue com atividades descentralizadas nos estados aqui no Brasil. Com o tema “Corpos e Territórios: Resistências e Alternativas”, as militantes da Marcha Mundial das Mulheres do Ceará e Rio Grande do Norte farão a Virada Feminista Agroecológica e Cultural nos dias 15, 16 e 17 de outubro como encerramento da 4ª Ação.

Assim como acreditamos que nossos corpos são nossos territórios que não devem sofrer violência, o local onde vivemos também nos pertence porque é onde produzimos e nos desenvolvemos. Com a Virada Feminista Agroecológica e Cultural denunciaremos o alto índice de violência contra as mulheres e feminicídio em Barbalha, as grandes obras como o Perímetro Irrigado do DNOCS nas terras da Chapada do Apodi, como também projetos de parque eólico em Tibau e em toda Costa Branca potiguar que tiram do campo quem produz alimentos sem agrotóxicos, ameaçam a pesca artesanal e prejudicam o desenvolvimento social do território. Esses projetos expropriam as mulheres dos seus locais de vivência e roubam seu cotidiano. Na luta pelo direito ao desenvolvimento, através da auto-organização com a agroecologia e economia feminista e solidária, as mulheres criam alternativas de autonomia, soberania e segurança alimentar e de convivência com o semiárido.

Nas cidades, as mulheres jovens e adultas se deparam com a especulação imobiliária que retira as populações do meio popular, de sua construção histórica cultural, e concentra em ambientes de serviços urbanos precarizados, além disso, convivem com o medo de circular sozinha pelas ruas como alvo vulnerável aos assaltos, assédios, estupros. A reocupação do espaço público e a construção de alternativas na vida urbana mercantilizada pelo capitalismo também reafirma nosso direito à cidade, nosso corpo, nosso território.

 

Programação da Virada

Ceará

No Ceará, dia 15, as mulheres sairão de Fortaleza para Barbalha, na região do Cariri, que ocupa o primeiro lugar do estado do Ceará no Ranking de Feminicídio. Em Barbalha, dia 16, será realizado o Seminário Seguiremos em Marcha contra o fim da violência em nossos corpos e territórios composto de mesa-redonda, grupos de discussão, vivências e oficinas com as temáticas: Mulheres Negras; Agroecologia e Soberania Alimentar; Trote na Universidade; Mercantilização do Corpo e da Vida das Mulheres e Comunicação. Um ato percorrerá as ruas da cidade, denunciando o machismo, a violência contra a mulher e a luta cotidiana das mulheres que resistem também em seus territórios. Ao término do ato, as cearenses seguirão para as atividades do dia 17 em Mossoró.

Rio Grande do Norte

Enquanto as cearenses estarão em Barbalha, em Mossoró, o dia 15 será para recepcionar as mulheres que chegarão para a Caravana Agroecológica Feminista que, no dia 16, circulará pelas comunidades rurais de Patu, na Associação Quilombola do Jatobá com a temática do Feminismo Antirracista; Caraúbas com o Feminismo e Economia Solidária; Upanema e o Feminismo e a Convivência com o Semiárido; Tibau e Grossos na Luta Feminista pela terra e pelo mar; Apodi com o Feminismo e a soberania dos territórios; e Macaíba e São Gonçalo na comunidade indígena de Lagoa do Tapará com o feminismo anti-colonialista mostrando o que o feminismo tem a ver com as resistências e alternativas criadas pelas mulheres.

No Quilombo de Jatobá, o protagonismo das mulheres na conquista do título quilombola, na produção agroecológica a partir do Programa 1 terra e 2 águas, P1+2, da ASA em parceria com o Centro Feminista 8 de Março. A segunda rota se destinará a Caraúbas e às experiências de Economia Feminista e Solidária. A rota de Upanema mostrará o projeto Água Viva de reuso de água cinza nos quintais produtivos. Em Tibau e Grossos, os trabalhos das mulheres pescadoras e marisqueiras, e a luta para garantir a permanência nos locais onde vivem e produzem. Em Apodi, feminismo e soberania dos territórios para dizer qual o desenvolvimento que queremos na Chapada. E na Lagoa do Tapará, a luta anticolonialista e pela demarcação das terras indígenas.
Finalizando o dia 16, em Mossoró, a mulherada curtirá o Cine Feminista.

24h de Cultura Feminista em Mossoró/RN no dia 17 de outubro

Dia 17, toda a programação da 4ª ação será concentrada em Mossoró com o Seminário Corpos e Territórios: Resistências no qual debateremos o enfrentamento do avanço do conservadorismo, a partir da resistência das mulheres e que será finalizado com um ato de rua às 12h.

Concomitantemente, no dia 17, as 24h de Cultura Feminista que se dará nos polos em bairros periféricos e no centro da cidade terá início às 6h, no Polo Margarida Alves, no bairro Nova Vida, sairá a bicicletada feminista circulando pelas ruas da comunidade, reafirmando que aquele território é de propriedade coletiva. Como uma ronda feminista a bicicletada vai dizer nas ruas percorridas: Não à especulação imobiliária! Não ao tráfico e não ao controle militar. Em seguida, o programa Espaço Lilás será ao vivo com participação popular e às 10h, acontecerão as oficinas de rádio, stencil e redes sociais.

No Polo Romana Barros, bairro Lagoa do Mato, a programação começará às 13h com oficinas de batucada, fotografia e danças populares finalizando às 15:30h com um cortejo pelas ruas do bairro. Às 16h, no Polo Pagu, bairro Santa Delmira, haverá oficina de filtro dos sonhos e de poesia marginal culminando com o sarau Boca do Bueiro das Minas.

No centro da cidade, funcionará o Polo Frida Kahlo onde, a partir das 16h, terá início a Feira de Economia Feminista e Solidária e exposição fotográfica no Beco das Artistas. Às 18h a Batucada Feminista abrirá o palco dos shows musicais com artistas locais, regionais e nacional com a cantora Ellen Oléria.

Entendendo a importância do feminismo para resistências e alternativas das mulheres, a Virada Feminista Agroecológica e Cultural encerrará a 4ª Ação Internacional da Marcha Mundial das Mulheres buscando fortalecer as lutas pelos territórios no campo e na cidade, a agroecologia, a convivência com o semiárido, a economia feminista solidária e uma cultura feminista para a igualdade: “Até que todas sejamos livres!”.

Mais informações na página: 4ª Ação Internacional MMM CE/RN e no blog http://viradafeministammm.blogspot.com.br/. Vamos curtir, compartilhar, comentar e ocupar as redes, ruas e roçados!

batucada feminista ensaiando no beco

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